quarta-feira, 30 de abril de 2008

A Fórmula Um dos pobres

O Tuning devia ser um hobby inofensivo (excepto para a carteira do praticante). Mas infelizmente não é. Há pessoas que não só não merecem ter carta de condução como deviam perceber a figura que andam a fazer.

Portugal vs Inglaterra: é só fazer as contas

A propósito da greve da função pública britânica no passado dia 24:

Reino Unido
População: 58,8 milhões
Funcionários públicos: 1.250.000, dos quais 435.000 são professores

Portugal
População: 10 milhões
Funcionários públicos: 750.000, dos quais 150.000 são professores

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Antes de mim, o caos. Comigo, o caos. Depois de mim, o caos.

E pronto. Este foi o 10º líder do PPD/PSD. Parece que o próximo é que vai ser giro.

A Pepsi da discórdia

Nike vs. Adidas; Manchester United vs. Real Madrid. Um anúncio memorável de 2004.

Lição de condução

Anúncio do Citroën Visa GTI, de 1988, feito com a Marinha Francesa.


The Bluebells - Young at Heart

(Isto é mais para ser ouvido do que visto. Não me responsabilizo pelos danos morais)

Tears for Fears - Sowing the seeds of love

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Ao sabor do vento

Veleiro Regatta 1200, projectado e construído pela Delmar Conde.

terça-feira, 15 de abril de 2008

Dom Sandeman faz 80 anos

O logotipo do Porto Sandeman, nasceu em 1928 da mão do pintor George Massiot Brown. Com a sua capa de estudante português e chapéu de aba larga, o “Dom Sandeman” foi uma das primeiras imagens de marca criadas no mundo, tornando-se num ícone entre os fabricantes de bebidas, e tendo servido de inspiração a outras marcas, nomeadamente em Espanha, com o touro da Osborne.

sexta-feira, 4 de abril de 2008

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Receita para o desastre

Criancinhas

A criancinha quer Playstation. A gente dá.
A criancinha quer estrangular o gato. A gente deixa.
A criancinha berra porque não quer comer a sopa. A gente elimina-a da ementa e acaba tudo em festim de chocolate.
A criancinha quer bife e batatas fritas. Hambúrgueres muitos. Pizzas, umas tantas. Coca-Colas, às litradas. A gente olha para o lado e ela incha.
A criancinha quer camisola adidas e ténis nike. A gente dá porque a criancinha tem tanto direito como os colegas da escola e é perigoso ser diferente.
A criancinha quer ficar a ver televisão até tarde. A gente senta-a ao nosso lado no sofá e passa-lhe o comando.
A criancinha desata num berreiro no restaurante. A gente faz de conta e o berreiro continua.
Entretanto, a criancinha cresce. Faz-se projecto de homem ou mulher. Desperta.
É então que a criancinha, já mais crescida, começa a pedir mesada, semanada, diária. E gasta metade do orçamento familiar em saídas, roupa da moda, jantares e bares.
A criancinha já estuda. Às vezes passa de ano, outras nem por isso. Mas não se pode pressioná-la porque ela já tem uma vida stressante, de convívio em convívio e de noitada em noitada.
A criancinha cresce a ver Morangos com Açúcar, cheia de pinta e tal, e torna-se mais exigente com os papás. Agora, já não lhe basta que eles estejam por perto. Convém que se comecem a chegar à frente na mota, no popó e numas férias à maneira.
A criancinha, entregue aos seus desejos e sem referências, inicia o processo de independência meramente informal. A rebeldia é de trazer por casa. Responde torto aos papás, põe a avó em sentido, suja e não lava, come e não limpa, desarruma e não arruma, as tarefas domésticas são «uma seca».
Um dia, na escola, o professor dá-lhe um berro, tenta em cinco minutos pôr nos eixos a criancinha que os papás abandonaram à sua sorte, mimo e umbiguismo.
A criancinha, já crescidinha, fica traumatizada. Sente-se vítima de violência verbal e etc e tal.
E em casa, faz queixinhas, lamenta-se, chora. Os papás, arrepiados com a violência sobre as criancinhas de que a televisão fala e na dúvida entre a conta de um eventual psiquiatra e o derreter do ordenado em folias de hipermercado, correm para a escola e espetam duas bofetadas bem dadas no professor «que não tem nada que se armar em paizinho, pois quem sabe do meu filho sou eu».
A criancinha cresce. Cresce e cresce.
Aos 30 anos, ainda será criancinha, continuará a viver na casa dos papás, a levar a gorda fatia do salário deles. Provavelmente, não terá um emprego. «Mas ao menos não anda para aí a fazer porcarias».
Não é este um fiel retrato da realidade dos bairros sociais, das escolas em zonas problemáticas, das famílias no fio da navalha?
Pois não, bem sei. Estou apenas a antecipar-me. Um dia destes, vão ser os paizinhos a ir parar ao hospital com um pontapé e um murro das criancinhas no olho esquerdo.
E então teremos muitos congressos e debates para nos entretermos.

Do Estado Sentido

High-tech campónio

Hoje, no jornal das 8 da SIC, foi revelado mais um prodígio da técnica: os rebanhos de cabras, ao devorarem a vegetação (ie, a massa combustível, como dizem os bombeiros) ajudam a prevenir os incêndios, ou pelo menos a sua intensidade e velocidade de propagação.

Valeu a pena fazer o protocolo com o MIT e a Microsoft! O país está mesmo a entrar nos eixos.

Com o tempo, talvez as "instâncias superiores" e até mesmo esta jornalista ainda percebam que se a Agricultura não tivesse sido votada ao abandono nas últimas décadas, e se houvessem mais rebanhos, os incêndios não teriam as dimensões calamitosas que têm.

Além disso, cabras e ovelhas conseguem uma coisa que os helibombardeiros não conseguem: produzir leite (e lacticínios), carne, lã e peles. É compatível com a exploração florestal e, supresa das surpresas, gera emprego; até ao alcance dos pobres dos licenciados. Não é tão high-tech, tão wireless, mas funciona, mesmo no Século XXI.

Multa quem pode, obedece quem deve

As Avenidas Novas, por serem uma zona onde há enorme dificuldade em se arranjar lugar de estacionamento e por ser normalmente frequentada por pessoas mais civilizadas e mais endinheiradas que a média nacional, são talvez o bairro mais flagelado pela obsessiva caça à multa levada a cabo pela EMEL. Estão sempre de plantão, nos seus balcões de multas montados em carrinhas Toyota Hiace, com alguns reboques amarelos (de uma empresa subcontratada) por perto, em prontidão, tal qual uma força de reacção rápida.

Nos últimos dias assisti ao seguinte.

1. O período de estacionamento pago e exclusivo a residentes é das 8 às 20h aos dias de semana, e em alguns locais (como na zona do Saldanha) entre as 8 e as 13h aos Sábados de manhã. Este Sábado, às 12h50, na Rua Actor Taborda, estava um EMEL escondido à entrada de um prédio de esquina, do lado de dentro da curva, a ver se ninguém dava por ele. Felizmente que sei com o que é que conto e dei logo por ele. Senão, ainda apanhava uma multa por estacionar num dos muitos lugares disponíveis, e que iria ficar "legal" daí a uma dezena de minutos.

2. Um condutor estacionou, como deve ser, num local devidamente autorizado. Ao desligar o motor, logo se aproximou uma "fiscal" da EMEL. «Não tenho moedas para o parquímetro mas vou ali ao café trocar dinheiro. Não demoro nada» - disse-lhe o condutor. Foi e veio a uma pastelaria a uns 30 metros e, de facto, não chegou a demorar um minuto; quando voltou, a "fiscal" da EMEL acabava de preencher o formulário da multa. Não adiantou nada protestar contra a sacanice. Tolerância zero, extorsão máxima.

3. Este terceiro incidente já não tive oportunidade de acompanhar desde o início, mas pelo que percebi, um condutor deixou o seu carro por poucos minutos parado na esquina de uma placa central, num cruzamento. Quando voltou já ali estava a Hiace da EMEL (estacionada da mesmíssima e ilegal forma), multa a ser passada, não um mas dois reboques parados por perto e um macaco metido debaixo do carro multado. A EMEL queria fazê-lo pagar não só a multa mas também a despesa de um dos reboques.

O condutor simplesmente chamou a Polícia, que logo apareceu. Eu sempre soube que a partir do momento em que o condutor está presente, o carro autoado não precisa de ser rebocado, uma vez que pode sair pelos seus próprios meios. Aparentemente, era isto que a Polícia dizia aos EMEL, advogando pelo condutor. Pelo contrário, o piquete da EMEL alegava um novo decreto que os autorizava a rebocar e a cobrar a despesa, a partir do momento em que o reboque chegasse ao local antes do condutor (o que neste caso não demorou muito, porque estão sempre a rondar).

O condutor, indignado, defendia-se que o reboque tinha chegado depois, no que era apoiado por outras pessoas presentes.

Por ter uma pessoa à minha espera, não fiquei a assistir até ao fim ao "espectáculo" em que acabaram por estar 5 veículos (o carro do condutor, a Hiace da EMEL, os dois reboques e o carro da PSP) ao mesmo tempo parados num cruzamento; mas só um é que foi punido por isso.

Mas o que mais chocou ao grupo de gente que assistiu foi a atitude de insolência e arrogância com que os funcionários da EMEL falavam com a própria Polícia, numa postura de superioridade hierárquica, tratando os agentes como uns amadores intrometidos que não sabiam o que diziam nem conheciam as leis. Num momento mais quente da discussão, chegaram mesmo ao ponto de dizer que o carro iria ser rebocado mesmo contra a vontade da Polícia e que o macaco já não sairia de debaixo do carro.

Concluindo: Lisboa está entregue às aves de rapina e a própria PSP está a ser desautorizada. Mas isto é nas Avenidas Novas. Eu gostaria era de ver os "corajosos" funcionários da EMEL fazerem o mesmo em Chelas ou noutro bairro menos comedido; será que por lá toda a gente estaciona legalmente?