quinta-feira, 30 de abril de 2009

A língua portuguesa é muito traiçoeira...

...E na boca de uma portuguesa ainda mais! Sobretudo quando se muda para o Brasil.

«Transa Atlântica» é o primeiro romance da blogger Mónica Marques, do Sushi Leblon (ali na coluna da direita, lá para baixo; já devem ter reparado). Como ela diz, o livro é filho do blogue.

Mónica mudou-se para o Rio de Janeiro em 2002, e "acariocou-se" (expressão dela), tendo estado a partilhar a experiência e as reflexões através do blogue. A personagem do livro, Marta, faz o mesmo trajecto e também a ela o Rio de Janeiro muda a perspectiva de vida. Aliás, este é um livro que, entre outras coisas, confronta a maneira de ser portuguesa com a brasileira.

Marta é o super-ego que Mónica, segundo a própria, não quer mas que gostaria de ser. Uma portuguesa à solta.

«Transa Atlântica é um livro onde se vai. É difícil sermos tão levados como ele nos leva. Não é só estarmos lá, no Rio, sem sairmos daqui. É sairmos daqui e não estarmos em lado nenhum senão para onde nos levam os enlevos e os enfados da autora. Sempre depressa. Sempre com graça. Sempre com uma verdade desconcertante.»
Miguel Esteves Cardoso, na apresentação do livro.

Entre bloggers: sinceros parabéns, Mónica!

Podcast da entrevista no «Pessoal e Transmissível», da TSF.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Obra prima

Já tinha visto carruagens muito pintadas. Mas uma carruagem completamente coberta por graffitis, foi a primeira vez. Está a circular na Linha de Cascais.Obviamente que quem fez isto não só tem muito tempo disponível como também não tem nada melhor onde gastar o dinheiro. Para cobrir todos estes metros quadrados são precisas muitas latas de spray de tinta.

O resultado final? Um monumento à estupidez dos autores, que com isto provavelmente encontraram sentido na sua existência; muito dinheiro (nosso) que a CP vai gastar a remover a pintura; e uma carruagem imobilizada durante esse tempo todo.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Situação controlada

Esta história foi contada há anos atrás, na televisão.

Toda a gente se deve lembrar do imitador Fernando Pereira, e da sua capacidade verdadeiramente excepcional de imitar outras vozes, mesmo que muito diferentes, na perfeição. Segundo um médico norte-americano que o examinou, a probabilidade de surgirem pessoas assim é de 3 por cada milhão de habitantes.

Faz agora 35 anos, Fernando Pereira era um adolescente traquinas vivendo em Lisboa, no bairro de Campo de Ourique, e que já sabia do seu dom e o usava para, com os amigos, pregar partidas fazendo-se passar por outras pessoas.

Talvez o principal ponto de encontro em Campo de Ourique é a pastelaria A Tentadora (famosa, entre outras coisas, por fazer um dos bolos-rei mais conceituados de Lisboa) e que, nos dias seguintes ao 25 de Abril, estava apinhada de gente, nomeadamente de opositores à Ditadura, alguns talvez ainda saboreando a saída da prisão. No salão da pastelaria, ao ruído das conversas sobrepunha-se o som de um aparelho de rádio que fornecia a música ambiente.

A situação deu para uma partida.

Um dos amigos de Fernando Pereira morava num dos prédios próximos, e aí foi posto um pequeno rádio emissor artesanal que possuiam, sintonizado na frequência (na altura, em onda média) da estação que tocava na pastelaria.

A dada altura, a música foi interrompida, ouvindo-se na Tentadora:

«Senhores ouvintes: interrompemos a emissão para transmitir um comunicado ao país de Sua Excelência o Presidente do Conselho, Professor Marcello Caetano.»

Começou então Fernando Pereira a dizer, com solenidade, que o movimento revoltoso tinha sido dominado, que as Forças Armadas obedeciam às órdens do Governo e que a situação no país regressara à normalidade. E que todos os envolvidos na rebelião iriam ser punidos.

Em segundos, a Tentadora ficou vazia.

domingo, 26 de abril de 2009

Aprender a Democracia

Alexis de Tocqueville viajou pelos Estados Unidos no início do Século XIX, aprendendo a maneira de ser e de funcionar desta sociedade desprovida de divisões sociais, e a forma pragmática como este país, partindo de uma revolução, construiu um modelo de funcionamento das instituições sem a preocupação de copiar a Europa. Desta forma desinibida, os Estados Unidos criaram o Estado Moderno: de Direito, laico e democrático.

Tocqueville faz a comparação entre os jovens Estados Unidos e a Europa, nomeadamente a sua França natal. Apesar de datar de 1830, é um livro que continua actual, pela forma como - entre outras coisas - explica os desafios de governação, e de equilíbrio no relacionamento do Estado com o Cidadão. Uma das "bíblias" da Ciência Política.

Alexis de Tocqueville - «Da Democracia na América»

Aqui vai, com desculpas pelo atraso, a minha sugestão para o Dia Mundial do Livro.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

26 de Abril - Bicicletada de São Nuno

No próximo Domingo terá lugar um passeio de bicicleta em Lisboa comemorando a canonização de D. Nuno Álvares Pereira.

Para ver horário e o percurso, consultar o blogue Bicicletada de São Nuno.

Idan Raichel's Project com Mayra Andrade - Odjus Fitxadu

Para ouvir no fim de semana

Um podcast interessantíssimo, na TSF - Mais cedo ou mais tarde: energia geotérmica

A melhor das energias renováveis: não polui, não tem praticamente impacto à superfície, é inesgotável e - acrescento eu ao que é dito no programa - é uma tecnologia perfeitamente dominada, pouco onerosa e que Portugal domina. E esqueçam o nuclear.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Por apenas 60€

Não tive paciência para assitir à entrevista de José Sócrates na RTP. Mas sei que defendeu uma ideia bastante válida: a de que cada um deve pedalar a sua própria bicicleta.
Por isso inscrevi-me no Lisboa Bike Tour, o passeio de bicicletas na Ponte Vasco da Gama, que terá lugar a 21 de Junho. Por 60€, participa-se no evento, ganha-se uma bicicleta (costuma ser da marca Esmaltina, de Sangalhos, e parece que não são nada más), um capacete, uma mochila e uma T-shirt. Esgotou em poucos dias, em Janeiro.

Já para a edição do Porto Bike Tour, a 19 de Julho, que funciona nos mesmos moldes, para quem quiser aproveitar ainda há vagas.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Engomar é preciso

A blogosfera feminina está indignada, piursa com esta publicidade da Triumph, por causa da tábua de engomar.

Esta polémica já produziu, no entanto, um resultado: é que eu nem tinha reparado na tábua de engomar nem em mais nada que não a lindíssima Helena Coelho.