quarta-feira, 8 de julho de 2009

As árvores morrem de pé

Depois de, recentemente, a companhia aérea chinesa Spring Airlines ter anunciado estar a considerar introduzir em serviço aviões em que os passageiros viajam de pé, era de esperar que Ryanair & Cª seguissem o exemplo. Recordo que em Junho passado, após divulgar as primeiras perdas nos ganhos anuais em 20 anos, a Ryanair anunciou que está em negociações com a Boeing para projectar um avião (B737) com apenas uma casa de banho em vez das três actuais. Isso daria espaço para mais seis assentos.

A nova ideia é reduzir o comprimento dos assentos e também a distância entre eles, com os viajantes instalados com cinto de segurança atado à cintura, de modo a que o número de passageiros aumente até 40%. A Spring Airlines, que deverá tomar uma decisão até ao fim do ano, calcula uma redução de custos de 20%. Parte-se do princípio que não vão ter o descaramento de não reduzir a tarifa, nem de cortar nas casas de banho (ou arriscam-se a ter um problema muito sério a bordo, pelo menos com os passageiros do sexo masculino).

Modelo de transporte de passageiros de pé, concebido pela Airbus.

Muito francamente, não me imagino a viajar desta maneira, e penso que serão poucos os que aceitarão. Até porque há questões de segurança que devem ser levadas em conta, como por exemplo, que posição adoptar numa aterragem de emergência.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Quanto mais picante melhor

Exército da Índia incluirá em seu arsenal a pimenta mais picante do mundo

Nova Deli, 26 junho, RIA Novosti. Cientistas indianos trabalham para desenvolver granadas cujas cargas “não letais” são carregadas com “Bhut Jolokia”, a pimenta mais picante do mundo.

O cientista Dr Sriwastawa, colaborador do Laboratório Especial do Centro indiano de Pesquisas em Defesa, afirmou que esta pimenta será um substituto perfeito ao gás lacrimogênio.

O efeito “picante” da Bhut Jolokia, procedente do noroeste da Índia, chega a um milhão de SHU (Scoville Heat Units, unidade da escala Scoville que mede o efeito picante das pimentas), entretanto o efeito de uma pimenta normal é de duzentas vezes menos e um “spray de pimenta” para defesa pessoal varia de dois milhões a cinco milhões de SHU.

Pesquisadores de um laboratório militar indiano também têm planos de incluir a “Bhut Jolokia” na alimentação dos soldados que cumprem missões nas regiões montanhosas. Segundo os pesquisadores, "uma pode fazer milagres ap elevar a temperatura corporal dos soldados operando em montes cobertos de gelo".

Outra utilização prevista é de usar a pimenta para afugentar os elefantes selvagens das instalações militares.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Guia do empreendedorismo

A Sedes, que hoje realiza o seu IV Congresso dedicado ao tema «A Qualidade da Democracia e o Pós-crise», tem dado nos últimos anos um importante contributo para a sociedade portuguesa identificar as suas lacunas e erros, e para os corrigir no sentido de se modernizar.

Mas, para além das intervenções públicas, editou em 2007 um Guia do Empreendedorismo (disponível em PDF aqui) que trata de:

- Os 10 Mandamentos do Empreendedor de Sucesso.
- Como Criar uma Empresa em 9 Passos.
- Erros a Evitar na Altura de Criar a sua Empresa.
- A Importância da Propriedade Intelectual.
- Empresa na Hora e Marca na Hora.
- Financiamento à Medida das Necessidades.
- Programas de Apoio.
- Contactos de Incubadoras e Financiadores.
- Ensino do Empreendedorismo.
- Case Studies.


Ainda não li mas promete ser uma boa ajuda para todos aqueles que encaram a possibilidade de iniciar a sua própria empresa, e também para quem já é empresário mas que pode sempre aprender alguma coisa mais.

Na minha opinião, a iniciativa para uma publicação deste género deveria partir da esfera governamental. Mas felizmente que Portugal ainda pode contar com o dinamismo de alguma da dita sociedade civil.

Cada um é para o que nasce

Ontem ao fim da tarde, enquanto no parlamento se debatia o estado da Nação, eu estava a ouvir o Perguntas Proibidas na Rádio Europa dedicado ao centenário da República, onde eram convidados alguns dos que fazem o blog do mesmo nome. Lembrava-se a balbúrdia a que a política desceu durante a I República, a níveis inacreditáveis como por exemplo o direito ao porte de armas de fogo em pleno parlamento. Findo o programa, ouvi o noticiário das 19h onde tomei conhecimento do episódio do último dia desta legislatura.

Manuel Pinho, e isso tornou-se óbvio desde que tomou posse, não é um político, mas um técnico que, tal como Teixeira dos Santos, chegou ao governo transferido do "plantel" dos quadros do Banco Espírito Santo. Sem jeito nem vocação para a política. Mas, e apesar de não se poder dizer que tenha sido um bom ministro, a governação do país precisa de pessoas assim, cuja competência técnica seja a razão de chegarem a cargos de responsabilidade.

Mas numa altura em que se governa sob a mira do mediatismo e do culto da imagem, um ministro assim não pode ser abandonado pelos seus colegas políticos. E foi isso que aconteceu a Manuel Pinho. Houve gaffes desculpáveis, umas mais, outras menos. Houve falta de jeito para lidar com jornalistas, mas é para isso que os governos têm a sua frente mediática. Mas houve também uma agenda mediática que obrigou a episódios dolorosos como a longa novela da Quimonda, em que o Governo precisava de mostrar (ou será de fingir?) que estava a tentar resolver um problema, e em que Sócrates frequentemente deixou Manuel Pinho entregue "às feras".

Ninguém é obrigado a ter jeito para a política, e a ter paciência para suportar todo o desgaste psicológico e pessoal que ocupar um cargo político implica hoje em dia. Manuel Pinho encheu durante quatro anos e meio, e rebentou na sua última ida ao parlamento.

Um próximo governo PS é bem capaz de ter dificuldade em recrutar um ministro da Economia entre quadros capazes e com currículo. Muita gente "ministeriável" deve estar por esta altura a jurar nunca na vida aceitar um convite para ser ministro, qualquer que seja o governo. Não precisam e não estão para se sujeitar a tanto.

É este também o estado da Nação.