Dos cinco filmes que concorreram ao óscar para o melhor do ano, não vi nenhum; mas confesso que por falta de vontade. Hollywood está em crise, económica e de talentos. Cada vez mais os filmes são de baixo orçamento, ou pelo menos não são super-produções. A última foi o «Heath Ledger versus Batman» ou coisa parecida, e não está mais nenhuma anunciada. Agora aposta-se em filmes com poucos personagens principais, actores consagrados, argumentos supostamente elaborados e uma boa dose de política à mistura.
Revolutionary Road, do "liberal" Sam Mendes (o filho da mãe sortudo que abarbatou a Kate Winslet), é um exemplo disso. Numa noite em que queria ver alguma coisa ligeira, só para distrair, e em que as outras "obras primas" não me convenceram, acabei por ir ver isto só para ir ao cinema. Arrependi-me. Já tinha começado a sessão quando me lembrei de ter ouvido o João Miguel Tavares a desaconselhar o filme.
Revolutionary Road conta a história de um casal desiludido com a vida frustrante que leva, e que resolve abandonar a América dos Anos 50 (justamente quando não havia talvez melhor país no mundo onde se viver...) para se mudar (ou será antes, exilar?) em Paris. Uma história desinteressante e que à medida que avança se torna perfeitamente previsível e cheia de clichés, afogada em infelicidade e frustração, e que se torna numa longa sucessão de discussões conjugais que - ainda que proporcionando bons desempenhos dos protagonistas - não contribuem em nada para a felicidade do espectador.
Mais grave ainda porque os protagonistas - Kate Winslet e Leonardo di Caprio - são o par romântico de Titanic: um golpe baixo da parte da produção para atrair o público nostálgico desse filme para este, que é promovido com a aparência de ser também um drama romântico.
Em suma: fazem melhor em gastar o vosso tempo e o vosso dinheiro noutra coisa. Por mim, e depois de Road to Perdition, o Sr. Sam Mendes já não me apanha noutro dos seus pasteis.
O que eu quero mesmo ver agora é o Valkyrie.
2 comentários:
Eu fui ver o Slumdog Millionaire e gostei. Está bem feito, os actores, incluindo (ou sobretudo) as crianças, são bons, a história faz sentido e deixa-nos bem dispostos no fim. Vá ver, JQ.
Obrigado pelo conselho, Gi! :)
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