terça-feira, 6 de novembro de 2012

In vino veritas

É a austeridade à francesa. Justificando com a saúde pública e o aumento da receita, François Hollande anunciou que vai aumentar a carga fiscal sobre a cerveja em 160%. O presidente francês espera com isso arrecadar mais 480 milhões de euros, quantia que será atribuída a funções sociais.

Aumentar um imposto sobre o consumo em 160% parece à primeira vista uma medida tresloucada e contraproducente. Mas vejamos com mais atenção: França é dos países europeus com mais baixo consumo de cerveja per capita, representando apenas 16% das vendas de bebidas alcóolicas. Um terço é importada (sobretudo da Alemanha e da Bélgica) enquanto que a indústria cervejeira em França é dominada por multinacionais holandesas, dinamarquesas e belgas. A indústria em si não representa muitos postos de trabalho, já que não implica muita mão-de-obra. Ao aumentar o preço da cerveja, a fiscalidade francesa está a torná-la menos competitiva com aquela que continua a ser a bebida nacional francesa: o vinho, que representa 62% do consumo de álcool (a combater o alcoolismo, faria mais sentido começar por aqui, o que não acontece). O vinho exige muito mais mão-de-obra, gera incomparávelmente mais emprego e, ao invés de umas tantas fábricas de multinacionais estrangeiras, dá trabalho a milhares de produtores e adegas, em França e propriedade de franceses. Diminuindo o consumo de cerveja, diminuem também as importações e a saída de divisas.

Beber vinho dá de comer a um milhão de franceses? Provavelmente até mais, mas essas coisas não se podem dizer assim. É melhor justificar com o combate ao alcoolismo e as receitas para fins sociais. Chamem-lhes parvos.

domingo, 21 de outubro de 2012

Ardeur de la vie, sentier de gloire

Dedicado ao Lycée Français Charles Lepierre, o liceu francês de Lisboa, que ontem celebrou sessenta anos de existência. Bon Anniversaire, mon vieux!

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Linhas de Wellington


Enquanto a Espanha tem assinalado com pompa e circunstância o bicentenário do que designa como a sua Guerra da Independência, enaltecendo o seu esforço e exagerando o seu contributo para a derrota da França Napoleónica, em Portugal as comemorações do bicentenário das Invasões Francesas têm estado quase exclusivamente a cargo das Forças Armadas, e gozando de pouca ou nenhuma divulgação e visibilidade. Não faz qualquer sentido que assim seja, já que Portugal foi um dos vencedores daquela que foi, até então, a maior guerra a que o mundo assitiu, abrangendo o continente europeu e extendendo-se para além dele (campanha napoleónica do Egipto, conquista da Guiana Francesa por Portugal), tendo dado um contributo relevante para a vitória dos Aliados. E, no que toca a História, convém que Portugal saiba sempre marcar a sua posição caso contrário outros aproveitarão a oportunidade para revisionismos.
Quando, há uns anos, se deu início às comemorações dos 200 anos das Invasões Francesas, teve lugar em Lisboa um seminário internacional reunindo historiadores militares dos países envolvidos: Portugal, França, Espanha, Reino Unido e Brasil (que no momento das invasões foi elevado a reino e para onde foi transferido o governo e a capital). A perspectiva britânica era de que a Guerra Peninsular tinha sido uma vitória britânica, fruto da qualidade dos exércitos de Sua Majestade e do génio do general Arthur Wellesley (Duque de Wellington), numa campanha em que as tropas portuguesas tinham tido um papel digno mas de mero coadjuvante (as referências era feitas em tom de nota de rodapé...) Por seu turno, na perspectiva francesa, as invasões são ainda hoje referidas como as Expedições: não se tratava de invadir ninguém mas antes de combater o inimigo inglês, libertar os povos das trevas do Ancient Régime e implantar as luzes da Revolução Francesa. Não tardou muito a que tais pontos de vista tivessem resposta portuguesa e espanhola, dando a perspectiva dos invadidos. Recordo-me de ver, na pausa para café, o representante francês a "ferver" com o que tinha acabado de ouvir, vendo que a memória que dos Pirinéus para cá se guarda da ocupação francesa não é melhor do que a que os franceses guardam da ocupação nazi. Duzentos anos depois, as memórias e as feridas continuavam surpreendentemente presentes, e tinha bastado alguma arrogância e convencimento - e quiçá a ideia errada que o Português tudo perdoa, tudo aceita - para o revelar.

Duzentos e dois anos depois da derrota francesa frente ao Exército Anglo-português entrincheirado na Linhas de Torres, chegou às salas este filme português, proposto pela Câmara Municipal de Torres Vedras para comemorar o bicentenário do acontecimento que colocou a povoação do Oeste nos anais da História Militar mundial.
Mais do que uma reconstituição histórica e um filme de guerra, é sobretudo um relato sobre como a guerra (no caso, a Terceira Invasão Francesa) foi vivida por pessoas de todos os géneros, cujas vidas foram alteradas pelos acontecimentos: portugueses, ingleses, franceses ou cidadãos de outras nacionalidades que, por uma razão ou por outra, cá estavam na altura. Tudo isto tendo como pano de fundo a retirada estratégica do Exército Anglo-português e das populações para trás das Linhas de Torres Vedras, levando a cabo a política da terra queimada: uma estratégia que para muitos portugueses implicou passar fome para poder reconquistar a Liberdade e Independência. Serve para lembrar às gerações actuais o que significa para um povo passar por uma guerra e uma ocupação, no exemplo do maior suplício por que o Povo Português passou em toda a sua história.
É um filme de qualidade a todos os níveis, de que destaco a prestação do numeroso e competente elenco. Será emitido futuramente na versão de série de TV mas aconselho vivamente a vê-lo no cinema.
Estão de parabéns Paulo Branco (que produziu), Carlos Saboga (que escreveu), Raul Ruiz (que pré-produziu) e Valeria Sarmiento (que realizou). Está de parabéns o cinema português.

Site oficial do filme: http://www.linesofwellington.com/pt/linhas_wellington_home.php
Site oficial das Comemorações do Bicentenário das Linhas de Torres Vedras: http://www.linhasdetorresvedras.com/
Facebook: http://www.facebook.com/linhasdetorresvedras

domingo, 16 de setembro de 2012

Nada como um bom amuo

Desde que não acabe com a coligação.

sábado, 15 de setembro de 2012

Tempestade a Sul

A onda de violência anti-ocidental que se estende já à Índia e contra representações do Reino Unido e da Alemanha recorda-nos a tensão latente que se vive desde há anos, e que explode por qualquer pretexto: cartoons, rumores de profanação de exemplares do Corão ou agora este estúpido filme amador colocado no Youtube. Com a agravante de agora os sectores radicais estarem no poder no Egipto, Tunísia e Líbia. E mesmo nos países onde não estão, os governos estão numa posição delicada por não quererem indignar a opinião pública, e estão receosos de reprimirem as manifestações com o grau de violência necessário, depois do que aconteceu aos regimes derrubados no ano passado. Isto era perfeitamente previsível e veremos até onde este processo irá.
Em Portugal, temos tendência para esquecer que, a seguir a Madrid, a capital mais próxima de Lisboa não é Paris mas sim Rabat e a seguir é Argel. O Norte de África é uma realidade que nos é muito próxima e cuja instabilidade nos pode afectar, à qual devemos estar atentos. E existe uma corrente no mundo islâmico (e não apenas entre os radicais) que reclama a reconquista do sul da Península Ibérica anteriormente sob domínio muçulmano, o Al Andaluz. Portugal mantém boas relações com Marrocos e Argélia mas nunca se sabe o que é o futuro, como as mudanças no ano passado demonstraram.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Doentio

 

Na Quarta-feira, numa esquina de Chigado em frente a um centro comercial onde em tempos existiu uma certa geladaria Baskin-Robbins, foi descerrada esta lápide que assinala o local onde Barack e Michelle Obama se beijaram pela primeira vez:

 

«On our first date, I treated her to the finest ice cream Baskin-Robbins had to offer, our dinner table doubling as the curb. I kissed her, and it tasted like chocolate.

President Barack Obama

(...)

On this site, President Barack Obama first kissed Michelle Obama» 


Resta saber se os locais onde ocorreram os outros momentos marcantes na vida amorosa do casal também passarão a ser assinalados da mesma forma. Eu refiro-me, naturalmente, a onde ele lhe cantou a primeira serenata, o lago onde andaram de barco a remos pela primeira vez...

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

A primeira medalha de ouro

Foi um dos momentos épicos do desporto português: a vitória de Carlos Lopes na maratona dos Jogos Olímpicos de Los Angeles, em 1984, que deu a primeira medalha de ouro olímpica a Portugal. É considerada por alguns como a melhor e mais disputada prova de maratona corrida até hoje, não só pelo gabarito dos atletas presentes (de que se destacava o então recordista mundial, o australiano Robert de Castella) mas também devido ao muito calor que se fez sentir e que levou a que boa parte dos concorrentes ficassem pelo caminho. Carlos Lopes, então com 37 anos, tinha treinado para essas condições habituando-se a correr com duas sweat-shirts vestidas.

Fui um dos muitos que ficaram a assistir à transmissão em directo, madrugada fora (a prova começou à uma da manhã, hora do continente). Uma transmissão televisiva bastante irritante, que deu sempre o protagonismo aos atletas anglosaxónicos mesmo que não fossem à frente. Mas emocionante até ao fim e especialmente quando, a poucos quilómetros da meta, ficou claro quem iria ganhar. Foi uma visão extraordinária a entrada de Carlos Lopes no Los Angeles Memorial Coliseum, com quase meio quilómetro de avanço e uma passada formidável, sob os aplausos de um público que se pôs de pé. Portugal demorou até conseguir ouro olímpico, mas quando o fez foi pela porta grande, na prova-raínha dos Jogos e com direito a novo record olímpico.

 

 

Outros videos mais longos com as transmissões britânica e mexicana.

sábado, 28 de julho de 2012

Quinque annis


O tempo passa depressa e o Regabophe já completou cinco anos de vida.

Continua como começou: um hobby e apenas isso. É de periodicidade ganária: quando me dá na gana de escrever sai uma nova edição. Em pelo menos um aspecto falhou redondamente: quando começou, era suposto não falar de política e o facto é que foi um dos temas mais frequentes ao longo destes cinco anos. Mas, com tudo o que se passou neste período e a situação a que o país chegou, dificilmente eu poderia evitar o tema. Mas doravante procurarei voltar às origens.

Obrigado a todos quantos têm lido e seguido este blogue.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

O Homem que ensinava os Portugueses a amarem Portugal

Perdemos hoje uma das nossas últimas figuras que se podem considerar referências nacionais. José Hermano Saraiva há muito que tinha adquirido o estatuto de autêntica instituição nacional. Daquelas pessoas grandes demais para poderem ser reclamadas ou rejeitadas por este ou aquele grupo. Era de todos nós, porque se dedicou a todos nós, Portugueses. Porque nos ajudou a descobrir-nos a nós próprios como Nação e como Povo, através do que fomos e do que somos. Um gigante da consciência nacional e um bastião contra o negativismo anti-português vigente. Era também uma daquelas figuras com que algumas gerações de portugueses cresceram no tempo em que havia apenas uma estação de televisão, e em que esta verdadeiramente prestava um serviço ao país. Fica a obra e a memória de um homem digno como poucos.

Recordo um momento de grandeza. Em 2003, o país assistia chocado às revelações do caso Casa Pia. No mesmo dia, Herman José teve, pela manhã, de prestar declarações ao DIAP e, à noite, apresentar a gala dos Globos de Ouro da SIC. Para Herman, terá sido um dos piores dias da sua vida, de manhã numa atmosfera de linchamento mediático, à noite num ambiente pesado e tenso em que se percebia que toda a gente mantinha-se à distância do humorista, como se de repente tivesse lepra. José Hermano Saraiva recebeu nessa noite o galardão em reconhecimento da sua carreira mas, ao receber a estatueta, em vez falar de si pediu ao público uma salva de palmas para Herman José, por «há anos fazer o melhor que se pode fazer por um país: fazê-lo rir».  A sala do Coliseu correspondeu de forma apoteótica. Atitudes que só os homens grandes tomam.

Descanse em Paz, Professor José Hermano Saraiva, e muito obrigado por tudo quanto nos transmitiu.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

North Atlantic

Está a decorrer no Youtube o Your Film Festival, um festival de curtas metragens em que os cibernautas são o júri. Dos 15 mil filmes a concurso foram escolhidos 50 finalistas, entre os quais «North Atlantic», uma co-produção luso-britânica realizada pelo português Bernardo Nascimento, que também escreveu o argumento, baseado em factos reais. A votação decorreu até hoje. Espero que obtenha uma boa classificação porque de facto são quinze minutos de bom cinema.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Cidade maravilhosa cheia de encantos mil

2 de Julho:

 

«Portugal falha reunião e perde protagonismo na Comissão Baleeira Internacional

 

Portugal não vai estar presente, por “constrangimentos financeiros”, na reunião plenária da Comissão Baleeira Internacional (CBI), que se realiza a partir desta segunda-feira no Panamá, e que poderá decidir a criação de um santuário para os cetáceos no Atlântico Sul.

 

É a primeira vez que Portugal falha a reunião anual da CBI, desde que aderiu, em 2002, a esta organização, dedicada a regular a caça à baleia e na qual o país vinha tendo um grande protagonismo. O comissário nacional à CBI, o biólogo Jorge Palmeirim, da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, está demissionário há alguns meses mas tinha-se prontificado a acompanhar mais esta reunião. Mas a sua participação, juntamente com uma técnica do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, não teve luz verde. Segundo informação do gabinete de imprensa do Ministério da Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento do Território, “a participação portuguesa ficou condicionada por constrangimentos financeiros”. “É uma situação incómoda, porque Portugal tem feito esforços genuínos para a protecção dos cetáceos”, afirma o biólogo Francisco Gonçalves, que acompanha as reuniões da CBI como consultor de algumas organizações não-governamentais ligadas aos oceanos e ao bem-estar animal. “É pena que se possa perder um trabalho de anos, por se decidir não enviar um representante”, lamenta. Portugal tem sido um dos membros mais activos na CBI, alinhando com o grupo de países que continuam a defender a moratória à caça comercial à baleia, instituída pela comissão em 1986.»

 

11 de Julho:

 

«Assunção Cristas leva 20 pessoas ao Brasil


A ministra da Agricultura e do Ambiente autorizou a ida de 20 elementos à Cimeira Rio+20, no Rio de Janeiro, que terá custado mais de 40 mil euros. O "Correio da Manhã" escreve que a ministra da Agricultura e do Ambiente, Assunção Cristas, autorizou a deslocação ao Brasil, em junho, de 20 pessoas do seu ministério para participarem na Cimeira Rio+20. Como a fatura desta ida ao Rio de Janeiro ainda não foi recebida, o ministério de Assunção Cristas diz não ser possível apurar "o valor dispendido", mas deixa claro que "o total da despesa foi repartido entre o gabinete do primeiro-ministro e o gabinete da ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e Ordenamento do Território". Como a passagem aérea custava quase 1000 euros e um quarto rondava 400 euros por noite, a deslocação à "cidade maravilhosa" terá custado mais de 40 mil euros. Assunção Cristas deslocou-se à Cimeira, segundo o Ministério da Agricultura, acompanhada de Pedro Afonso de Paulo, secretário de Estado do Ambiente e do Território. Com estes governantes, seguiram dois adjuntos do gabinete da ministra e um adjunto do gabinete do secretário de Estado. Os restantes membros da equipa de 20 pessoas são técnicos dos serviços ministeriais.»

 

quarta-feira, 4 de julho de 2012

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Se gostou do Acordo Ortográfico então vai adorar o VOC

Parece mau demais para ser verdade.

Cortesia da emissão da Televisão de Angola, fiquei a saber - talvez muita gente já soubesse mas eu pessoalmente não sabia - da nova "modernização" da Língua Portuguesa que está na calha. Chama-se Vocabulário Ortográfico Comum, e será um dos temas a serem tratados, entre amanhã e Quinta-feira, em Luanda, no Colóquio Internacional «O Português nas Organizações Internacionais», uma iniciativa do IILP – Instituto Internacional da Língua Portuguesa, em parceria com o Ministério das Relações Exteriores de Angola.

Em que consiste o Vocabulário Ortográfico Comum? Simples: em integrar na Língua Portuguesa todos os vocabulários em uso nas línguas autóctones de países lusófonos. Por exemplo, e tal como explicou o director-executivo do IILP, o professor brasileiro Gilvan Müller de Oliveira, as palavras das línguas bantus de Angola ou dos dialectos dos índios amazónicos passarão a fazer parte da Língua Portuguesa, podendo ser usadas em pé de igualdade com as palavras do Português original e no mesmo texto, na mesma frase. Ou seja, será possível usar na mesma frase termos mauberes, kikongos e tupinambás, sempre sem deixar de falar Português. E estamos realmente a falar de todos os vocábulos dessas línguas, uma vez que o processo de recolha dessas palavras em línguas locais será feito com recurso a programas informáticos funcionando na internet, efectuando um rastreio a sites ou documentos PDF à procura de novas palavras, que assim serão registadas e integradas automáticamente na base de dados que constituirá o VOC.

É claro que a cada novo vandalismo com a cultura portuguesa surgirão sempre ardentes defensores da "evolução", e da "dinâmica" cultural, com argumentos em favor da aproximação de gentes e de formas de encarar o mundo. Outros justificarão com razões geopolíticas de que Portugal tem de acompanhar o processo. Melhor compreensão é que seguramente não poderá ser argumento.

De acordo com o anunciado, o colóquio poderá ser seguido pela internet, seguindo as indicações do blogue do IILP em:  http://iilp.wordpress.com/

 

Há 80 anos falecia o último Rei de Portugal

«Sou portuguez e sê-lo-hei sempre».

 

sexta-feira, 29 de junho de 2012

60 anos da Força Aérea Portuguesa

No próximo Domingo, 1 de Julho, comemoram-se 60 anos sobre a fundação da Força Aérea Portuguesa. A FAP resultou da fusão da Aeronáutica Militar (pertencente ao Exército, fundada em 1912) e da Aviação Naval (da Marinha, fundada em 1917), razão pela qual este ano também se assinala um século de aviação militar em Portugal.
Lamentavelmente, e devido à situação financeira, as comemorações serão muito aquém da ocasião e do que inicialmente estava planeado, que incluia um festival aéreo internacional, o Tiger Meet 2012, reunindo esquadrões de forças aéreas de países aliados e amigos (tal como sucedeu em 2002, em Beja).
A comemoração principal terá lugar na Base do Montijo (B.A. nº6), que estará aberta ao público. Outras bases estarão abertas ao público em Julho e Agosto, podendo o programa completo ser consultado no site da FAP.



Parabéns, FAP!

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Alemanha vs Itália

Escusado será dizer por quem eu vou torcer.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

terça-feira, 26 de junho de 2012

Basura

«A agência de classificação financeira Moody's reduziu nesta segunda-feira a nota da dívida de 28 bancos espanhóis e de dois emissores de crédito, após a decisão da Espanha de oficializar seu pedido de "ajuda financeira" à Europa para suas instituições financeiras. (...)

Ao argumentar sobre sua decisão, a Moody's afirmou que os bancos enfrentam crescentes perdas com os empréstimos imobiliários e que a redução da nota da dívida soberana da Espanha contribuiu para a queda das classificações.

Os problemas da Espanha "não apenas afetam a capacidade do governo de apoiar os bancos, como também influem nos perfis de crédito dos bancos", completou a agência de classificação de risco.

Entre os bancos afetados pela decisão da Moody's estão Banesto (de A3 a Baa3, três níveis), Banco Bilbao Vizcaya (também de A3 para Baa3), Bankia (de Baa3 para Ba2, dois níveis) e Santander (A3 a Baa2, dois níveis).

Outras instituições que veem suas notas reduzidas são Banco Popular Espanhol (A3 a Ba1, quatro níveis), Banco Sabadell (Baa1 a Ba1, três níveis), Unicaja (A3 a Ba1, quatro níveis) e CaixaBank (A3 a Baa3, três níveis).

No total, três instituições viram sua nota reduzida em um nível, 11 em dois níveis, dez em três níveis e seis em quatro, levando em conta os dois emissores de crédito.»

 

Como é que eles diziam há um ano? «Nós não somos Portugal». Pues que no.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Clérigos muçulmanos contra a camisola da Selecção Portuguesa


«Malaysia clerics say no to Portugal, Man Utd, Brazil jerseys


MELAKA, Malaysia: The small street seller had all the European club jerseys ready for sale on Saturday evening, as passersby wanted to grab their favorite international shirt ahead of this month’s Euro 2012. But for Portugal fans, the jersey was nowhere to be found.
“We are not allowed to sell the jersey because it shows a cross,” the shopkeeper told Bikyamasr.com. “I still love Portugal and will be rooting for them, but we are an Islamic country and don’t want to get people angry,” he added.
While it is not officially banned in the country, a number of Islamic clerics have voiced their concern over the jersey, which has a large cross on the front, highlighting Portugal’s Catholic faith. But in Malaysia, symbols often find themselves under attack by the country’s virulent Muslim clerics.
However, one fan, who recently returned from a short trip to Thailand sports his Ronaldo jersey with pride. “I don’t care what those people say, this is just football and not religion,” he said.
Portugal is not the only jersey to be pulled from the shelves. Brazil, which also boasts a large cross, has been barred by clerics. Manchester United, the world’s most popular club team, has also sparked the ire of clerics in the Southeast Asian country over its nickname, the Red Devils.
Despite the Old Trafford side having an estimated 81 million followers in Asia, one senior cleric said: “You are only promoting the devil.”
“This is very dangerous. As a Muslim we should not worship the symbols of other religions or the devils,” another added, in a Forbes report.
“It will erode our belief in Islam. There is no reason why we as Muslims should wear such jerseys, either for sports or fashion reasons.”
Either way, Malaysians are gearing up for Europe’s continental tournament and are picking up their team’s jerseys in large numbers. “We are getting most of these sold all the time because of the tournament, so it’s good for business,” added the shopkeeper.
But not for Portugal fans.»

Chateiam-nos muito e nós ainda começamos a distribuir bananas e pepinos.

quarta-feira, 30 de maio de 2012

A ONU vai nua

As Nações Unidas decidiram escolher o Presidente do Zimbabwe, Robert Mugabe, como um dos seus líderes para o turismo. Uma escolha que está a levantar uma onda de indignação junto de activistas dos direitos humanos. 


Mugabe, 88 anos, é acusado de corrupção e violação dos direitos humanos. Foi porém uma das escolhas da World Tourism Organization da ONU (UNWTO), que resolveu atribuir a ele e a outras personalidades – como o seu aliado político e Presidente zambiano Michael Sata, 75 anos –, o estatuto de enviados internacionais para iniciativas turísticas. 

A seguir, deve ser escolhido pela FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação), como reconhecimento do seu mérito na gestão agrícola, e pela Organização Mundial para as Migrações pelo seu sucesso na migração da população zimbabueana de raça branca. E, porque não, o Nobel da Paz? Já esteve mais longe.

George Potamianos

Faleceu ontem, em Lisboa, o Sr. George Potamianos, empresário grego há muito radicado em Portugal, proprietário de uma das poucas companhias marítimas portuguesas e única no ramo dos cruzeiros marítimos, a Classic International Cruises, armadora do paquete «Funchal».
Será um nome pouco ou nada conhecido do grande público, mas que é incontornável do panorama marítimo português das últimas décadas por ter mantido a tradição e a presença portuguesas (ainda que com capitais gregos) no sector dos cruzeiros, e com grande sucesso e prestígio (para a empresa e para o país), com paquetes portugueses, tripulados por portugueses e registados em Portugal.
Em 1985, durante a última situação de falência iminente e intervenção do FMI, e quando o governo de Mário Soares extinguia a CTM – Companhia Portuguesa de Transportes Marítimos e vendia a frota a preço de sucata (mesmo os navios com meia-dúzia de anos), George Potamianos conseguiu salvar o «Funchal», e manteve-o em actividade aproveitando o know-how e os recursos humanos que o governo português atirava para o desemprego. Em 1988, adquiriu também o maior paquete português de sempre, o magnífico Infante Dom Henrique (que já não existe).
Após quase quarenta anos de desmaritimização, na frota mercante portuguesa não há actualmente um único petroleiro, nem um único navio de transporte de gás (apesar da aposta no gás natural, e do facto de grande parte dele chegar até nós por mar), nem um único navio químico, nem um único navio de carga refrigerada, nem um único cargueiro de carga rodada, nem um único transporte de automóveis (por exemplo, toda a exportação da Autoeuropa segue em navios estrangeiros); há apenas um ferry de passageiros e veículos moderno; os poucos porta-contentores que existem são pequenos.
Mas há, ainda assim, paquetes com a bandeira portuguesa e isso deve-se a um cidadão grego, não apenas empresário mas amigo de Portugal e admirador das nossas tradições marítimas. Não surpreende, portanto, que George Potamianos nunca tenha recebido qualquer condecoração ou homenagem por parte do Estado Português, apesar dos esforços nesse sentido feitos junto da Presidência da República.
À família enlutada e à Classic International Cruises endereço as condolências, com gratidão e a certeza de que a obra será continuada.

terça-feira, 15 de maio de 2012

Ele não gosta de ricos

Em 1976, quando François Hollande se apresentou para cumprir o Serviço Militar, nos exames físicos foi-lhe detectada miopia, o que levou a que fosse dispensado. No entanto, o jovem Hollande preparava já uma carreira política e estava consciente que o facto de não ter cumprido o Serviço Militar poderia prejudicá-lo mais tarde. Logo após se inscrever na ENA (École Nationale d'Administration, o principal viveiro da classe dirigente francesa) pediu um novo exame físico que desta vez lhe foi favorável. Incorporado, foi colocado com a patente de aspirante no 71º Regimento de Engenharia de Oissel, perto de Rouen, sua terra-natal.

Mas para isso teve antes que receber formação como oficial, ingressando na Academia Militar de Coetquidan, onde teve como colegas de pelotão de instrução Michel Sapin (também aluno da ENA; ministro em vários governos socialistas), Jean-Pierre Jouyet (colega de François Hollande, Ségolène Royal e Dominique de Villepin na ENA, Curso Voltaire; ex-chefe de gabinete de Jacques Delors na Comissão Europeia; ex-director do Tesouro; secretário pessoal do primeiro-ministro socialista Lionel Jospin aquando da adesão ao Euro; ex-presidente do Clube de Paris; ex-administrador não-executivo do Barclays Bank France; ex-chefe da Inspecção Geral de Finanças; ex-Secretário de Estado dos Assuntos Europeus do governo François Fillon; actual presidente da Autoridade dos Mercados Financeiros; casado com Brigitte Taittinger, da família dona da famosa marca de champanhe Taittinger) e Henri de Castries (Conde de Castries; colega de François Hollande na ENA, do mesmo Curso Voltaire [nome do curso escolhido pelos alunos]; ex-membro da direcção do Tesouro; inicia a carreira na seguradora AXA em 1989 e é CEO desde 2000; é director da Comissão de Coordenação do Clube de Bilderberg; próximo de Nicolas Sarkozy e de François Hollande; descendente do Marquês de Sade).

 

Como se vê, tudo gente de meios modestos e com um percurso de vida perfeitamente normal.

domingo, 13 de maio de 2012

Boa onda

1966. Surf rock português na altura em que o desporto chegava a Portugal.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

A grande Espanha e o Portugal dos Pequeninos

Curta mas relevante, a conferência de imprensa de Pedro Passos Coelho e Mariano Rajoy na Cimeira Luso-Espanhola (que os idiotas da televisão estatal insistem em chamar de "ibérica", precisamente o termo que a diplomacia portuguesa quer evitar). Esta cimeira, suposta realizar-se anualmente, não se realizou nos últimos anos pela simples razão que o governo de Zapatero não queria tirar fotografias ao lado de Sócrates e sus muchachos. Mas esta cimeira é diferente pelo momento de crise económica que afecta Espanha e de relações de poder dentro na União Europeia. Não por acaso foi agendada para hoje, "Dia da Europa", desvalorizando a "efeméride". A Espanha de Rajoy não aceita que situação económica seja usada para diminuir o seu prestígio e a sua posição como potência emergente e deixou isso claro quando disse, de peito aberto, que não iria cumprir a meta para o déficit público.

Nos discursos, ficou evidente a diferença entre os governos: entre os que sabem o que é governar, e os outros que acham que governar é anunciar medidas avulsas e, de quando em vez, dar uma explicação sobre o que estão a fazer. 

Passos Coelho discursou para português (e, com alguma sorte, espanhol) ouvir enumerando as medidas acordadas entre ambos os governos para cooperação nisto, entendimento naquilo, abordagem comum para aqui e para ali.

Já Mariano Rajoy falou para ser ouvido na Europa, e sobretudo em Paris e Berlim, sobre a estratégia para combater a crise económica a nível continental. Sem condescendência para com o tradutor simultâneo, falou depressa e foi rapidamente ao cerne da questão: Espanha rejeita por completo a anti-austeridade defendida por François Hollande. Rajoy defende para a Europa a mesma estratégia que aplica em casa e que se baseia em três pilares: primeiro, austeridade (não gastar aquilo que não se tem) e controlo do déficit; segundo, sustentabilidade da dívida; e terceiro, crescimento por via de reformas estruturais, dinamizando o mercado interno.

Passos Coelho, nitidamente subalternizado pelo tema, pareceu ter sido apanhado de surpresa pelo alcance do discurso (o que não é suposto acontecer), com semblante de quem estava claramente «out of his depth»: os politicos portugueses não estão habituados a grande política, que é um campeonato que só conhecem pela televisão.

Não se esquecendo que estava em Portugal, Rajoy disse que a cimeira luso-espanhola servia para relançar as relações entre os dois países (depreendendo-se que tenham passado por um mau momento), referiu-se à importância de ambos os mercados como destino de exportações em ambos os sentidos, e das vantagens da cooperação e entre-ajuda. Pouco mais se referiu a Portugal em concreto e com relevância, não sem deixar de lembrar que - tal como a Grécia - o país foi intervencionado.

Passos Coelho correspondeu com um auto-elogio, na forma de um elogio aos esforços do novo governo de Madrid para restaurar a confiança dos mercados nas finanças espanholas, e nas corajosas reformas que está empreender.

É uma inevitabilidade que nas cimeiras luso-espanholas Portugal apareça subalternizado, e para tal basta a diferença de mentalidade e de postura entre os políticos dos dois lados. Não estamos propriamente a falar de Franco e de Salazar, que jogavam no mesmo campeonato e apareciam em pé de igualdade. No geral, os políticos espanhóis interiorizaram o projecto nacional de fazer Espanha voltar a ser uma das grandes potências europeias e uma com projecção mundial, nomeadamente no seu espaço de influência cultural. É algo que vem desde a derrota na guerra com os Estados Unidos, em 1898, altura quem que a sociedade espanhola sentiu que o país tinha batido no fundo e que tinha que recuperar da decadência para ocupar o seu lugar de direito na hierarquia internacional. Um século depois, após atravessar crises políticas e uma guerra civil que a deixou em ruínas, a Espanha conseguiu alcançar muito do pretendido e hoje reclama um lugar no G-8. Por isso, não aceita agora que a crise económica a obrigue a retroceder nesse processo, muito menos por diktat da Alemanha e de França.

Do lado português, a diferença de mentalidade é obviamente abissal e escusado será desenvolver o tema. Na cimeira luso-espanhola de 1992, Cavaco Silva foi ao ponto de obsequiar Felipe Gonzalez com a promessa que no ensino português o programa de História iria ser revisto de forma a ser mais simpático para com Espanha. Por exemplo, passaria a ensinar-se que a Batalha de Aljubarrota tinha sido, não a monumental derrota castelhana que foi, mas antes um empate e um acidente no bom relacionamento entre os dois povos - honra seja feita ao jornal Expresso, o único que na altura reparou nesta questão. Felizmente que muito do que é assinado nas cimeiras não é cumprido.

À diplomacia espanhola nunca interessa que Portugal apareça na cena internacional. A menos que queiram falar com os europeus maiores, e para isso os espanhóis recorrem ao escadote português, sempre disponível e honrado por tão nobre tarefa. Por isso, esta cimeira "ibérica" foi tão oportuna para Madrid.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Esta União Europeia é inadmissível.

Como era óbvio:

 

«Bruxelas diz que Pingo Doce não violou regras


A campanha promocional levada a cabo pelos supermercados Pingo Doce, em Portugal, a 01 de maio, não parece configurar qualquer violação do ponto de vista da política comunitária de concorrência, disse hoje à Lusa fonte comunitária.

Questionada pela agência Lusa sobre se a Comissão estava a averiguar o sucedido, fonte comunitária indicou que, em princípio, os preços baixos só podem levantar problemas, do ponto de vista da concorrência, se forem levados a cabo com o recurso a ajudas estatais ou se uma companhia abusar da sua posição dominante no mercado, "o que não parece ser o caso", indicou.»

 

Felizmente que a Dra. Cristas é jurista. Imagine-se o que seria se fosse apenas uma ignorante a tentar agradar à populaça de esquerda.

 

Dr. Portas, Dr. Portas... Sinceramente.

O problema não está necessariamente nos povos

«A ideia de que Cavaco, porque foi primeiro-ministro e Presidente da República, tem algum talento para a política, é falsa. De resto, Portugal está cheio de casos desses, falsos escritores, falsos políticos, falsos jornalistas. Cavaco Silva não tem jeito nenhum para a política. É ver essas coisas que ele vai dizendo por aí ultimamente – e quando se enerva ainda é pior. Cavaco Silva só é político porque vive em Portugal».

Vasco Pulido Valente, hoje no I

Tem razão no que diz, mas não concordo com a última frase. Por toda uma Europa onde a política está entregue, em larga medida, a nulidades haverá gente a tirar a mesma conclusão em relação às suas. Os italianos acharão que só em Itália é que Romano Prodi poderia ter sido político, os finlandeses que só na Finlândia é que uma Tarja Halonen poderia ser eleita presidente, e os franceses nem falar. Mas isso não é grave. O que é grave é concluir que só no Reino Unido é que Thatchers chegam ao poder. E mesmo isso foi há trinta anos.

Et maintenant, M. Hollande?

Agora vem a parte mais difícil.

 

sábado, 5 de maio de 2012

Saturday night hully gully

Uma das bandas de maior sucesso dos anos 60, os madeirenses Conjunto Académico João Paulo. Tema de 1965.

 

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Sugestão de leitura



Politicamente incorrectíssimo e importante para se perceber alguma da História contemporânea de Portugal. E é de aproveitar enquanto se publica. Da Oficina do Livro / Leya.

O Pingogate



Da TSF:

«ASAE detecta irregularidades na campanha do Pingo Doce


A Autoridade para a Segurança Alimentar e Económica (ASAE) confirma que houve venda de produtos abaixo do custo na promoção da passada terça-feira nos supermercados Pingo Doce.
A informação foi avançada esta noite pela RTP, acrescentando que pela análise da facturação, a ASAE detectou a prática de "dumping" nos casos do arroz, óleo e whisky.
A notícia adianta que o processo de investigação está a ser ultimado e deverá seguir esta Sexta-feira para a Autoridade da Concorrência.
Caso a ilegalidade se venha a confirmar, a coima poderá chegar aos trinta mil euros

Em apenas 24 horas, o Estado detectou alegadas irregularidades praticadas pelo Pingo Doce em matéria de concorrência. O mesmo Estado que, ao longo dos anos, nunca detectou concertação de preços no mercado de combustíveis.

E, já que falamos de dumping: já lá vão muitos anos desde a minha última aula de Direito Comunitário mas ainda me lembro que o dumping, embora seja uma prática ilegal no comércio internacional (Acordo GATT de 1994), é legal dentro do mercado da União Europeia. Quanto mais não seja porque é um mercado único, onde os preços variam muito de país para país.

Só um pormenor. Nada de importante.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Como não poderia faltar a um país de Terceiro Mundo

Da Agência Cubana de Notícias:

«Renueva Portugal acuerdo de colaboración médica con Cuba

La Habana, 30 abr (AIN) El ministro de Salud de Portugal, Paulo Macedo, exaltó en Lisboa la colaboración médica que brinda Cuba a su país, razones por las cuales acordaron renovar ese acuerdo bilateral, como parte de un convenio suscrito con la isla caribeña en 2009.

Durante un encuentro en la capital lusa con Eduardo González, embajador de La Habana, Macedo transmitió el agradecimiento de su gobierno por la labor que desarrolla una brigada de 44 galenos cubanos, de quienes destacó su dedicación y calidad profesional.

Indicó que la preparación de los especialistas de la nación caribeña ha sido encomiada por profesionales portugueses de la medicina, por el alto nivel de conocimientos que atesoran, cuestión que también -dijo- ha sido reconocido por la población, indicaron a Prensa Latina fuentes diplomáticas de la Isla.

Los clínicos cubanos prestan sus servicios en las sureñas regiones del Algarve y Alentejo, zonas rurales con una alta tasa de población y deficitarias de esa atención primaria.

Macedo informó al diplomático González que su departamento realiza un profundo estudio sobre el Sistema Nacional de Salud, con el objetivo de poder conocer con exactitud el número de doctores que requieren para cubrir todas las necesidades de atención a los ciudadanos.

La experiencia alcanzada por Cuba en el campo de la salud, con índices de primer nivel en el mundo, y la producción de medicamentos, vacunas y otros productos, algunos de los cuales el país está en condiciones de exportar, fueron otros de los temas abordados en la reunión por el representante antillano.

Tanto Macedo como el secretario de Estado Fernando Leal se interesaron en los avances científicos de la nación caribeña, y solicitaron más información para estudiar otras formas de cooperación y comercio».

Ah, os bons alunos de Bruxelas! Vinte cinco anos depois de aderirmos ao paraíso europeu, precisamos da ajuda cubana para prestar cuidados de saúde básicos aos indígenas das nossas províncias ultratejinas. É muito positiva esta cooperação com Cuba por parte do Governo Português: oxalá os políticos de Havana agora ensinem aos de Lisboa a fazer reformas no aparelho de Estado, e lhes expliquem que o Socialismo não funciona. Em troca, mandamos para lá a Assunção Cristas para lhes ensinar a fazer uma Reforma Agrária como deve ser. Daquelas em que o Estado rouba aos proprietários e depois arrenda a quem a União Europeia não deixa trabalhar.


PS. Será, de facto, uma excelente notícia se começarmos a importar medicamentos Made in Cuba, muito mais baratos que os das multinacionais. Venham eles que serão muito bem vindos, mesmo que o PCP e o Bloco de Esquerda acusem Cuba de praticar dumping.

E sim: temos razões para agradecer aos médicos cubanos. Devíamos era ter vergonha de estar a precisar deles.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

E lá seguiu ela.

A tal que alguns dizem que não é precisa. Dizem que basta ter uma guarda costeira para defender os cardumes, travar lanchas com droga e recolher poluição na nossa costa, que para o resto, existe a NATO e a União Europeia. Lá segue uma fragata, daquelas que nos anos 80 meio burgo dizia que não eram precisas, e uma corveta com mais de 40 anos, ainda daquelas encomendadas por Salazar e inauguradas por Caetano. Foram projectadas para durar 25 anos, pelo que deviam ter sido substituídas há 15. Mas no entretanto tem havido prioridades inadiáveis como estádios sem uso, auto-estradas sem trânsito, aeroportos sem aviões, e uma enorme ZEE de desperdício e esbanjamento em todas as latitudes, longitudes e profundidades.

«Siga a Marinha!» A que ainda temos e que é a mesma instituição que foi a maior do mundo no seu género durante dois séculos, que a dada altura dominou três oceanos, que se estendeu do interior da Amazónia ao Mar do Japão. Que combateu contra espanhóis, mouros, turcos, holandeses, franceses, ingleses, alemães, chineses e indianos. Piratas de cabelo louro e piratas de carapinha. Que cartografou pela primeira vez uma boa parte dos litorais do planeta. Que cunhou termos técnicos usados ainda hoje pelos marinheiros de todo o mundo. Que, apesar de todas as limitações materiais e financeiras, é avaliada como uma das três mais bem treinadas da NATO e das mais eficientes do Mundo.

E como há vida no Mundo para além do déficit, da Moody's e da Troika, mais uma vez lá vão os marinheiros portugueses, aventureiros e sempre os primeiros na Terra ou no Mar. Daqui por uns tempos, depois do problema resolvido e quando tudo já estiver esquecido, lá voltaremos à novela da mediocridade e da pequenez: o caso dos submarinos do Paulo Portas que - dizem os inteligentes - não servem para nada, os discursos sobre o Mar que é o grande futuro de Portugal, a Plataforma Continental que fará a expansão dos bolsos de espanhóis e brasileiros, as pescas que a Europa não nos consente, os estaleiros falidos porque o Estado não é capaz de gerir a ponta de um cabo. "O Mar" já foi; só ainda não arranjaram uma lei para o extinguir ou vender aos chineses. Quanto à Marinha, enquanto houver mares e oceanos e outros países com igual acesso a eles, cujos interesses não serão sempre os mesmos que os nossos, será sempre necessária. E não devia ser preciso uma emergência na Guiné-Bissau para nos lembrarmos disso.

sexta-feira, 30 de março de 2012

Primeira travessia aérea do Atlântico Sul


Faz hoje 90 anos. Dois oficiais da Marinha de Guerra, os comandantes Jorge de Sacadura Freire Cabral e Carlos Viegas Gago Coutinho iniciaram aquela que seria a primeira travessia aérea do Atlântico Sul. Depois de todas as terras terem sido descobertas, de todos os mares terem sido navegados, chegara a vez de explorar os ares por onde nenhum ser humano tinha estado, desafiando rotas cada vez mais longas e arriscadas. A primeira travessia sobre do Canal da Mancha, pelo francês Louis Blériot (1909); do Mediterrâneo, por Roland Garros (igualmente francês, em 1913); do Atlântico Norte (da Terra Nova à Irlanda) pelos norte-americanos Alcock e Brown, em hidroaviões da Marinha dos EUA (1919).

Mas os portugueses também fazem das suas. Em Outubro de 1920, dois aviadores da Aeronáutica Militar (do Exército), José Manuel Sarmento de Beires e António Brito Pais tentam a travessia de Lisboa à Madeira num bombardeiro Breguet 14. É uma verdadeira aventura: um vôo directo de 1500 Kms sobre o mar, sem rádio nem navios de apoio, num avião com trem de aterragem de rodas, e portanto incapaz de amarar em caso de emergência. Atingida a Madeira, a ilha está envolta em nevoeiro cerrado, e os aviadores são incapazes de se orientar e aterrar. Esgotado o combustível, despenham-se no mar. Mas como a sorte protege os audazes, acabam por ser salvos, milagrosamente, por um cargueiro inglês que por eles passa, por mero acaso.

No ano seguinte, aquando da compra por parte da Marinha de dois hidro-aviões torpedeiros em Inglaterra, Sacadura Cabral (aviador) e Gago Coutinho (hidrógrafo) propõem a encomenda de um terceiro, modificado sob especificação (asas de maior envergadura, sem armamento e com muito maior capacidade de combustível) para tentar a travessia do Atlântico Sul no ano seguinte, por ocasião do centenário da independência do Brasil. A ideia é aceite, e assim a Marinha recebe o Fairey IIID F-400, que é baptizado de «Lusitânia».

Mas a viagem Lisboa-Rio de Janeiro é bastante mais ambiciosa que todos os anteriores vôos sobre o mar. Totaliza 8000 quilómetros, em grande etapas voadas em larga medida de noite, sem outra referência que não as estrelas, e por diferentes regimes de vento. Para possibilitar o vôo sobre grandes extensões de oceano de noite, Gago Coutinho adapta o sextante para o uso em navegação aérea, dotando-o de um horizonte artificial.

Depois de efectuada a primeira travessia bem sucedida até à Madeira, em 1921, a grande viagem tem início a 30 de Março de 1922, quando às 16h30 o «Lusitânia» sai da base de hidroaviões na Doca do Bom Sucesso, em Belém e levanta vôo.
Ao longo do trajecto entre Lisboa, as Canárias, Cabo Verde, Fernando de Noronha e a costa brasileira, a Marinha destacou navios de forma a prestar assistência à expedição. A viagem seria atribulada ao aproximar-se da costa brasileira, e seria muito atrasada quando o «Lusitânia» é perdido na amaragem junto aos penedos S. Pedro e S. Paulo, tendo os dois aviadores sido salvos pelo cruzador «NRP República». De Lisboa, é enviado um segundo avião, o «Pátria», de forma a retomar a viagem desde o ponto em que fora interrompida, mas o azar de novo acontece e também este avião é perdido numa amaragem de emergência.

Mas não era admissível desistir. De Lisboa larga o cruzador «NRP Carvalho Araújo» com o terceiro Fairey IIID a bordo, mais tarde baptizado «Santa Cruz». A 5 de Junho, Sacadura Cabral e Gago Coutinho levantam vôo de Fernando de Noronha em direcção ao Recife, a partir de onde bastará voar ao longo da costa até chegar ao Rio. Tiveram, como se sabe, uma recepção apoteótica, com as mais altas honras. Um dos que fez questão de os esperar na Baía de Guanabara foi Santos Dumont.

Outros vôos memoráveis foram feitos por Portugueses. Em Abril de 1924, Sarmento de Beires e Brito Pais, desta vez com o mecânico Manuel Gouveia, partem com destino a Macau a bordo do Breguet XVI «Pátria», comprado em segunda mão por subscrição pública, e que foi destruído numa aterragem forçada na Índia. Como a subscrição pública tinha sido generosa, o «Pátria» foi substituído pelo «Pátria II», comprado localmente. Mas tal como na travessia à Madeira, o mau tempo estragaria os planos aos aviadores portugueses: à aproximação a Macau, um temporal impediu a aterragem e foi decidido tentarem Cantão. No percurso, o motor sofreu uma avaria que obrigou a uma aterragem de emergência numa aldeia chinesa, acabando aí a aventura.

Em Março de 1925, a Aeronáutica Militar, de novo num bombardeiro Breguet XIV adaptado com depósitos suplementares, efectuou a ligação Lisboa-Bolama (Guiné), com escalas ao longo da costa africana. Chegados à Guiné, após uma viagem de 4000 Kms, Joaquim Sérgio da Silva (piloto), José Pedro Pinheiro Correia (navegador) e Manuel António (mecânico) são recebidos pelo governador da província com a notícia de que está em curso uma revolta indígena e de que o avião é necessário para apoiar as tropas. Não tendo - obviamente - trazido bombas consigo, o Breguet XIV efectua um bombardeamento com bombas aéreas improvisadas: granadas de mão às quais se soldaram aletas feitas de metal das latas de conserva, para poderem ter alguma precisão e acertar no alvo.

O triunfo na travessia do Atlântico não refreou a ambição de Sacadura Cabral. O seu novo projecto batia tudo o que tinha sido proposto até então: a volta ao mundo em avião, em sentido inverso à da viagem de Fernão de Magalhães. Isto numa altura em que ninguém tinha ainda atravessado o Oceano Pacífico (o que só viria a acontecer em 1928). Surpreendentemente, obteve apoio do Governo, e foram encomendados na Holanda cinco aviões Fokker, desta vez monoplanos e construídos de propósito para a viagem. Numa das viagens de entrega dos aviões, em 15 de Novembro de 1924, Sacadura Cabral perdeu-se no nevoeiro cerrado e desapareceu no Mar do Norte, ao largo da Bélgica.

Gago Coutinho, que tinha 53 anos aquando da travessia do Atlântico, e prosseguiu a sua brilhante carreira na Armada, tendo atingido o posto de almirante. Faleceu em 1959.
Lembrar a vôo Lisboa-Rio de Janeiro de 1922, primeira travessia do Oceano Atlântico com navegação astronómica, e primeira do Atlântico Sul, não é apenas homenagear os dois protagonistas da aventura e a organização que esteve por trás: é lembrar algo que foi umas das raras coisas boas que aconteceram nesse período negro da História de Portugal que foi a Primeira República, e um acontecimento que não só foi positivo para a auto-estima dos portugueses como foi um motivo de orgulho e prestígio internacional. E é homenagear os aviadores portugueses dessa época - hoje tão desconhecidos e injustamente afastados do quadro de referências históricas - que, num misto de ciência, coragem e loucura, se aventuravam mar adentro confiando na tecnologia rudimentar da época (que para eles era a mais sofisticada) em aviões biplanos lentos, de estrutura de madeira coberta de tela, de um só motor, sempre de cabeça de fora do cockpit durante muitas horas, por vezes sem rádio nem ajuda do exterior, e para quem conceitos como o radar ou o GPS seriam impossíveis de imaginar. Era outra gente. Era outra maneira de estar na vida. Oxalá nos inspirem no momento que atravessamos.

Imagens: via Restos de Colecção.

PS: A partir de hoje, e até final de Abril, estará patente uma exposição alusiva no Museu de Marinha, em Belém.

segunda-feira, 26 de março de 2012

Obamembarrassment

Para quem está habituado a ler discursos escritos por outros, sempre com teleponto, falar de improviso deve mesmo ser uma grande chatice. Mesmo quando se é um messias.

sexta-feira, 23 de março de 2012

O fim da princesa do Pacífico

O Pacific Princess, no Funchal, na sua primeira escala europeia, em 1985. Foto do blogue Cruzeiros na Madeira.

Em Novembro falei aqui da situação do antigo paquete Pacific Princess, protagonista da série 'O Barco do Amor'. Infelizmente, no início do mês ficou a saber-se da venda do navio a um sucateiro na Turquia. Um fim previsível mas que qualquer entusiasta dos belos navios não deixará de lamentar. E lamentar também que estes paquetes clássicos não tenham sucessores nem nada que se pareça em elegância de linhas, nos navios actualmente construídos. Também nisto o Mundo está decadente.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Uma desgraça nunca vem só

Para quem achava que a coisa não podia ficar mais preta, eu agora não estou apenas num blogue mas em dois. Passo a estar também no Estado Sentido, por simpático convite do Samuel de Paiva Pires.

sábado, 10 de março de 2012

(D)ouro sobre azul



No meio de tudo o que está a correr mal com a Economia, é um prazer ler notícias como esta:

«A Douro Azul, que adjudicou a construção de dois navios à Navalria, vai investir 50 milhões de euros até 2014.

Em declarações ao Económico, Mário Ferreira, presidente da Douro Azul adianta que "para além dos 22 milhões de euros na construção dos dois navios que acabámos de adjudicar à Navalria, a Douro Azul vai ainda investir mais 28 milhões de euros, num total de 50 milhões de euros, até 2014".

O presidente da Douro Azul diz que "para além dos dois navios, vamos investir um milhão de euros na compra de quatro autocarros, mais 1,4 milhões na renovação de um edifício na baixa do Porto para fazer um centro de acolhimento para quem nos visita e ainda comprar um novo helicóptero para diversificar o negócio". A estes, acrescenta o gestor "há ainda que somar mais dois navios-hotel, dois barcos rabelos e mais autocarros, estes últimos em 2014".

A construção destes navios chegou mesmo a estar pré-acordada com os Estaleiros Navais de Viana do Castelo, mas tal não veio a acontecer.»

Navios portugueses, de projecto português, construídos num estaleiro português. A iniciativa privada a dar cartas e a mostrar como se fazem as coisas como deve ser.

quinta-feira, 8 de março de 2012

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

1 de Fevereiro - o dia da vergonha

Não foi por vontade dos portugueses. Não foi por força das circunstâncias internas ou externas. Não foi para ser solução de coisa alguma. Não foi para bem de Portugal, nem por qualquer espécie de patriotismo. Não foi por força de um ideal superior. Não foi por alternativa, pois ela própria não consente que alguma lhe exista. Não foi por escolha ou consulta popular.

Por muito que tentem branqueá-la e dourá-la, o facto é que a república implantou-se pela via do atentado, sem outro argumento que não as balas disparadas cobardemente de entre a multidão, através de dois homicídios e do medo que se lhes seguiu. Tivesse alguma expressão popular e não teria sido necessário recorrer ao derramamento de sangue e à intimidação.

Foi há 104 anos e ainda hoje o País sofre as consequências.

Digital sim, mas extraterrestre, obrigado.

A golpada da TDT já é sobejamente conhecida e debatida. Ao contrário do que acontece em países livres, em Portugal a televisão digital vai ficar limitada a 4 canais de acesso gratuito. Enfim: só dois é que são gratuitos, uma vez que a RTP é paga pelos nossos impostos, incluindo uma taxa incluída na factura da electricidade. Os preços dos descodificadores têm vindo a baixar mas (para quem não quiser instalar a tv por cabo) pode valer mais a pena investir numa antena parabólica para, em vez de quatro canais imprestáveis a maior parte do tempo, ver umas dezenas ou centenas de canais internacionais.

Curiosamente, visitando os sites da Worten, da Box e da Pixmania, só se encontram antenas parabólicas próprias para a TDT (neste caso TDS). Há quem venda receptores, mas kits de antenas só a Radio Popular tem um modelo da marca galega Televés, por 100€. Será que estamos perante um autêntico cerco comercial para obrigar os consumidores a renderem-se à Portugal Telecom? É no mínimo estranho que, de repente, as parabólicas tenham desaparecido do mercado, logo nesta altura.

Já agora, para quem seguir a essa opção, existem fabricantes portugueses de antenas parabólicas como a Famaval e a Sinuta.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

A Independência Nacional continuará a ser comemorada

Não me vou alongar sobre a eliminação do feriado do 1º de Dezembro, mantendo-se o 5 de Outubro, a pretexto do aumento de produtividade. Era perfeitamente previsível para quem não fosse ingénuo. Anos após ano, a data foi boicotada por todos os poderes políticos. Os mesmos que nunca faltam ao Dia da Europa. Portugal passa a ser um caso único no Mundo de um estado que não assinala a sua independência. Depois do Acordo Ortográfico, é mais uma anormalidade que é imposta ao Povo Português. Pelo menos desta vez, fica perfeitamente esclarecido de que lado está o poder.

Para a História e para ser recordado nas próximas eleições, ficam algumas fotos do que terá sido o último feriado da Restauração da Independência Nacional, dia 1º de Dezembro de 2011.









terça-feira, 10 de janeiro de 2012

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Welkom, Jeronimus Martejns!

Imagens chocantes de um país que descambou num paraiso fiscal. Os desgraçados são violentados com impostos baixos, contas públicas controladas e um ambiente económico favorável à iniciativa privada. Para as odiosas agências de rating, têm a classificação máxima. Para cúmulo, lá o Estado não só não tenta escorraçar os empresários como ainda faz por atrair selvaticamente o capital estrangeiro. As imagens que se seguem podem ser impróprias para pessoas facilmente impressionáveis do Oeste da Europa.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012