quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

1 de Fevereiro - o dia da vergonha

Não foi por vontade dos portugueses. Não foi por força das circunstâncias internas ou externas. Não foi para ser solução de coisa alguma. Não foi para bem de Portugal, nem por qualquer espécie de patriotismo. Não foi por força de um ideal superior. Não foi por alternativa, pois ela própria não consente que alguma lhe exista. Não foi por escolha ou consulta popular.

Por muito que tentem branqueá-la e dourá-la, o facto é que a república implantou-se pela via do atentado, sem outro argumento que não as balas disparadas cobardemente de entre a multidão, através de dois homicídios e do medo que se lhes seguiu. Tivesse alguma expressão popular e não teria sido necessário recorrer ao derramamento de sangue e à intimidação.

Foi há 104 anos e ainda hoje o País sofre as consequências.

Digital sim, mas extraterrestre, obrigado.

A golpada da TDT já é sobejamente conhecida e debatida. Ao contrário do que acontece em países livres, em Portugal a televisão digital vai ficar limitada a 4 canais de acesso gratuito. Enfim: só dois é que são gratuitos, uma vez que a RTP é paga pelos nossos impostos, incluindo uma taxa incluída na factura da electricidade. Os preços dos descodificadores têm vindo a baixar mas (para quem não quiser instalar a tv por cabo) pode valer mais a pena investir numa antena parabólica para, em vez de quatro canais imprestáveis a maior parte do tempo, ver umas dezenas ou centenas de canais internacionais.

Curiosamente, visitando os sites da Worten, da Box e da Pixmania, só se encontram antenas parabólicas próprias para a TDT (neste caso TDS). Há quem venda receptores, mas kits de antenas só a Radio Popular tem um modelo da marca galega Televés, por 100€. Será que estamos perante um autêntico cerco comercial para obrigar os consumidores a renderem-se à Portugal Telecom? É no mínimo estranho que, de repente, as parabólicas tenham desaparecido do mercado, logo nesta altura.

Já agora, para quem seguir a essa opção, existem fabricantes portugueses de antenas parabólicas como a Famaval e a Sinuta.