sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Cartas, rodas e centímetros cúbicos



A revista Scooting lançou recentemente uma campanha para a alteração da lei referente à habilitação de condução de motociclos. De facto, e ao contrário de outros países europeus como a França ou a Espanha, a lei portuguesa não habilita o possuidor de uma carta de condução do tipo B (automóveis ligeiros) a poder conduzir um motociclo até 125 cc. Desde 1998, nem sequer um ciclomotor até 50cc!

Nos outros países, favorece-se o uso de veículos de duas rodas como meio de transporte individual (a grande maioria dos automóveis não transporta ninguém além do seu condutor) como forma de diminuir os problemas de trânsito e estacionamento nas cidades, diminuir a poluição, proporcionar um meio de deslocação própria menos oneroso e - não pouco importante - poupar tempo tanto no trajecto quer a procurar um lugar para estacionar. E os resultados são por demais evidentes, por exemplo em Barcelona, onde o trânsito entraria em colapso se não fossem as motos.

Mas, como em muita outra coisa, em Portugal a política seguida é a contrária. A actual legislação não só não permite combater nenhum destes problemas como obriga a tirar duas cartas de condução em vez de uma. Mais uma contrariedade a juntar aos impostos e aos complexos de inferioridade que por cá ainda existem em se ir para o emprego de moto. Coisas de novos ricos, que nem sequer somos.

(A foto é de uma scooter Aprilia 125)

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