Carlos Moia, o organizador da Meia Maratona de Lisboa, contou hoje à tarde na RTP que quando, nos anos 90, procurava montar a primeira edição, o então ministro das obras públicas, Engenheiro Ferreira do Amaral, opõs-se a que a corrida atravessasse a Ponte 25 de Abril. Alegava Ferreira do Amaral que havia dúvidas se o tabuleiro aguentaria com o peso de milhares de pessoas ao mesmo tempo, e que era preciso esclarecer isso com os engenheiros americanos que tinham projectado a ponte, no final dos anos 50.
Ou seja, a ponte foi projectada para permitir a passagem de centenas de automóveis, camiões e autocarros ao mesmo tempo, combóios nos dois sentidos ao mesmo tempo, mas Ferreira do Amaral (recorde-se, actual administrador da Lusoponte) tinha dúvidas se aguentaria com uns milhares de pessoas.
Uma coisa é não ter vontade política para deixar fazer as coisas ou ter vontade para não deixar fazer, algo a que os responsáveis políticos são muito dedicados. Mas isto foi apresentar pretextos cretinos e pateticamente ignorantes para um engenheiro. É uma vergonha que esta criatura tenha sido ministro em Portugal.
A ele também se deve o facto de a ponte Vasco da Gama não poder incluir uma ferrovia (uma previdência que tinha sido tomada com a então Ponte Salazar, pelo governo do mesmo nome), apesar de já existirem planos para um TGV para Espanha e de um novo aeroporto de Lisboa em Rio Frio.
Foi a época do «quanto mais betão, melhor», e podía-se sempre construir uma outra ponte com 17 quilómetros.
Sobre os seus méritos de governante, estou esclarecido; mas continuo curioso para saber em que universidade é que Ferreira do Amaral se formou, em que altura do ano concluíu o curso e de onde é que enviou o fax.
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