quarta-feira, 4 de junho de 2008

O que faz falta é aparvalhar a malta

«Lisboa, 04 Jun (Lusa) - O Tribunal de Lisboa proibiu a RTP de emitir antes das 22:30 a corrida de touros prevista para domingo às 17:00 por considerar que o programa é violento e susceptível de influenciar negativamente crianças e adolescentes.
A decisão foi tomada na sequência uma providência cautelar interposta pela Associação Animal que visava restringir a exibição televisiva de touradas pela RTP.
Considerando que a transmissão de touradas "é susceptível de influir negativamente na formação da personalidade de crianças e adolescente", como se lê na sentença judicial, o tribunal ordenou que a emissão só possa acontecer entre as 22:30 e as 06:00 e acompanhada de um identificativo visual permanente sob pena de a estação ter de pagar 15 mil euros e incorrer em pena de crime de desobediência qualificada.»


Que me desculpem os amigos dos animais (os amigos a sério, não os políticos que se fazem passar por amigos dos animais) mas não posso discordar mais disto. E nem sequer sou aficionado.

Isto é de uma enorme hipocrisia. Se é para preservar o são crescimento da personalidade das crianças e adolescentes então que se proíbam muitos dos jogos de computador, filmes de acção, filmes de animação, e espectáculos de wrestling destinados às crianças.

Gerações de portugueses viram e cresceram a ver touradas e não se tornaram psicopatas por isso. Pelo contrário, até recentemente éramos um país de gente pacífica e pacata.

Já da geração 'Morangos com Açúcar', privada de "tão nefasta" influência, sem educação sexual mas com preservativos gratuitos no bolso, e imbuída de tanto humanismo socialista pelo ensino oficial, não se pode dizer o mesmo. Será preciso recordar a violência que hoje existe nas escolas? O fenómeno crescente do bullying entre alunos (de ambos os sexos) e a violência contra os professores em plena sala de aula? E ainda não entrámos para o clube dos países "evoluídos", com massacres nas escolas por algum destes hiper-protegidos adolescentes que, de arma de fogo em punho, procuram vingar-se de todos quanto odeiam ou então imitar aquele super-herói de um jogo de computador.

Querem proteger as crianças? Então combatam a droga. Metam os pedófilos na cadeia.

E deixem as crianças verem touradas e crescerem como gente normal.

5 comentários:

Van Dog disse...

(reproduzo aqui o comentário que pus no meu blog; é a minha opinião neste tema sempre polémico...)
Sinceramente, acho que a principal razão para haver restrições é o facto de ser um espectáculo que pode ter a sua beleza, mas provoca (continuo a achar que sim...) grande sofrimento a um animal. Mas também acho que crianças verem (tornando "normal" esta prática) pode contribuir para um menor respeito pelos animais. E isto, pelo menos para alguns, é considerado como influência negativa...
Agora, também concordo que há muito mais coisas que deviam ter algum controlo. Mas não é por não terem que não se deve fazer nada...

de.puta.madre disse...

Ora, uma Tourada é sempre uma coisa: didáctica para as crianças e para os adultos também. Nem que seja para lembrar ao pessoal humano que esta coisa do mundo que nós temos hoje é uma coisa muito cómoda e confortável. Está tudo, ainda que falemos de caos e etc, devidamente organizado. Não corremos riscos de nos depararmo-nos com um touro quando saímos de casa, um lobo, um lince etc... como os avós dos nossos avós e os antepassados de todos eles.
Mas que agora, quando saímos de casa, as coisas passam-se como na tourada: (utilizando a moral de um anúncio publicitário, do qual desconheço a autoria, e que definia o espectáculo) “convidam-nos para a festa e apunhalam-nos pelas costas” ( e tinha em grande plano um touro). É! Andamos o tempo todo a dizer às criancinhas que a vida é uma festa, quando elas derem por isso têm mais ferros espetados nas costas que qualquer touro de tourada traumatizante de se ver num domingo à tarde antes da hora jantarmos todos - os vegetarianos e os senhores da herbalife inclusive - qualquer ex-ser-vivo do planeta.
(ps.: os “morangos com açúcar” também é uma espécie de cabula para os pais … para o bem e para o mal… e pior que isso é a cultura geral depois do jantar …)

CAP CRÉUS disse...

Aqui a questão fulcral, não é o crescimento psiquico das crianças.É sim o sofrimento dos animais, para gáudio dos selvagens que assistem ora em casa, ora nas praças.
Isso das crianças é uma falsa questão, pois como dizes, há muitas coisas, que deviam ser proíbidas.
E concordo com o VD, as crianças ao verem esta miséria, podem achar que podem e devem fazer mal aos bichos!

Joao Quaresma disse...

O que me parece, acima de tudo, é que iniciativas com esta vindas de associações como esta (a Associação Animal) têm sempre uma coisa em comum: procuram acabar com algo que é tipicamente português, a pretexto de uma causa dita humanista ou modernista. Agora é as touradas, ontem eram as tradições académicas (consideradas de "fascistas") e o serviço militar obrigatório, qualquer dia vão dizer que cantar o Fado emite demasiado CO2 e que os pasteis de Belém são transgénicos e destroem a camada de Ozono.

Já chega de darem cabo da nossa cultura. Já basta o Acordo Ortográfico.

Eu defendo os animais, mas qualquer dia somos nós Portugueses que somos uma espécie em extinção.

de.puta.madre disse...

Não é uma "espécie em vias de extinção". Agora é uma Raça em vias de extinção.