O Pai Natal pretende apresentar à Assembleia da República uma petição pela proibição do uso de energias renováveis em Portugal. No manifesto citam-se estudos científicos que provam, por exemplo, os riscos para a saúde e segurança das populações decorrentes dos parques eólicos, alegadamente causadores do cancro, da cólera e da diarreia.
Também a energia solar é desclassificada como opção energética, considerada como uma fonte em part-time, pela sua inexistência durante a noite. Exemplicando um equipamento público que nunca poderia depender desta forma de energia, o Pai Natal desafia os engenheiros a fazerem um bar de alterne funcionar apenas com energia solar, sem recurso a fontes de armazenamento.
Outro alvo de contestação do Pai Natal são os automóveis eléctricos, pelo risco de electrocução dos ocupantes que lhes é inerente, no dizer da petição. Aponta-se o dêdo às autoridades rodoviárias por homologações de veículos eléctricos feitas de forma irresponsável e gratuita. «Hoje em dia aprovam qualquer cadeira eléctrica com rodas!» - acusa o Pai Natal, que considera que o Estado está mais preocupado com a segurança dos enchidos tradicionais do que com a dos carros que autoriza a andarem na estrada.
Ainda no capítulo rodoviário, o Pai Natal critica a actual tributação automóvel por beneficiar os veículos menos poluentes, classificando o facto de «Apartheid ecologista», e defende penalidades contra o uso de bicicletas, trotinetes, skates e patins.
Em contrapartida, o Pai Natal defende um maior recurso ao petróleo, uma fonte que será em breve produzida em Portugal, e que portanto não implica a saída de divisas, argumentando que é uma tolice fazer investimentos avultados em parques eólicos e barragens, enquanto que as centrais térmicas já existem e já estão pagas. No entanto, e para responder a necessidades futuras, admite também a opção pela energia nuclear.
Considera ainda que «99% dos ecologistas são uns charlatães», e que é urgente alertar a opinião pública para os interesses económicos por detrás do «pensamento único da eficiência energética», cuja argumentação converge sempre para fazer as pessoas acreditarem que precisam de comprar aquilo que já possuem, «da lâmpada ao automóvel».
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