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segunda-feira, 2 de julho de 2012

Há 80 anos falecia o último Rei de Portugal

«Sou portuguez e sê-lo-hei sempre».

 

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

1 de Fevereiro - o dia da vergonha

Não foi por vontade dos portugueses. Não foi por força das circunstâncias internas ou externas. Não foi para ser solução de coisa alguma. Não foi para bem de Portugal, nem por qualquer espécie de patriotismo. Não foi por força de um ideal superior. Não foi por alternativa, pois ela própria não consente que alguma lhe exista. Não foi por escolha ou consulta popular.

Por muito que tentem branqueá-la e dourá-la, o facto é que a república implantou-se pela via do atentado, sem outro argumento que não as balas disparadas cobardemente de entre a multidão, através de dois homicídios e do medo que se lhes seguiu. Tivesse alguma expressão popular e não teria sido necessário recorrer ao derramamento de sangue e à intimidação.

Foi há 104 anos e ainda hoje o País sofre as consequências.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

A Independência Nacional continuará a ser comemorada

Não me vou alongar sobre a eliminação do feriado do 1º de Dezembro, mantendo-se o 5 de Outubro, a pretexto do aumento de produtividade. Era perfeitamente previsível para quem não fosse ingénuo. Anos após ano, a data foi boicotada por todos os poderes políticos. Os mesmos que nunca faltam ao Dia da Europa. Portugal passa a ser um caso único no Mundo de um estado que não assinala a sua independência. Depois do Acordo Ortográfico, é mais uma anormalidade que é imposta ao Povo Português. Pelo menos desta vez, fica perfeitamente esclarecido de que lado está o poder.

Para a História e para ser recordado nas próximas eleições, ficam algumas fotos do que terá sido o último feriado da Restauração da Independência Nacional, dia 1º de Dezembro de 2011.









quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

quarta-feira, 22 de junho de 2011

XIX Governo

Alguns apontamentos:

1. Confesso que estava céptico quanto ao novo governo, sobretudo a partir do momento em que reapareceram em cena algumas figuras de má memória, como Fernando Nogueira. Temi que viesse aí mais do mesmo. Mas não, pelo contrário: as escolhas do PSD parecem enterrar definitivamente o cavaquismo. Pedro Passos Coelho está a surpreender-me pela positiva e, pelo que vi até agora, está a parecer-se com o primeiro ministro de que Portugal precisa; oxalá não venha a desiludir. Além de quadros do seu próprio partido, foi bastante bem sucedido nos independentes que incluiu na sua equipa. O CDS aposta em gente enérgica e determinada, que tem demonstrado conhecimentos, e comprovadamente com ganas para enfrentar problemas. Penso que estamos perante o primeiro governo de Direita em Portugal nesta III República.

2. Em Portugal, as instituições prezam muito quem «é da casa», quem «conhece os cantos à casa», com reconhecidos cabelos brancos (muitas vezes de incompetência) o que na maioria das vezes significa que esse alguém não vai mudar nada nessa «casa», nem contrariar os interesses instalados, por muito que a «casa» em questão precise de uma grande limpeza. Por esta lógica, o melhor ministro da saúde que se pode desejar será um médico, o melhor da educação será um professor, e por aí adiante; e depois é o que se sabe. Pois bem, neste governo nenhum ministro é «da casa», o que é precisamente aquilo de que o país precisava há muito: pedradas no charco. Melhor ainda (e pior ainda para os poderes instalados), trata-se de sangue novo, gente (em princípio) sem telhados de vidro. Vão ter trabalho muito difícil pela frente, mas também vão ser difíceis de contrariar.

3. Serão poucos os ministros que não terão de travar guerras totais, de tão diametralmente opostos que são aos poderes instalados. Nuno Crato contra todo o M. da Educação mais os subsídio-dependentes da "Kultura", Paulo Macedo para por ordem no fartar vilanagem do SNS, Álvaro Santos Pereira com a questão das PPP, Paula Teixeira da Cruz contra o establishment da Justiça, e Paulo Portas para colocar em prática uma política externa à medida das necessidades actuais do país, que inclua a aproximação a outros países e espaços que não apenas os habituais, e com ganhos concretos. Temos de ter o bom senso de reconhecer que o nosso ciclo europeu acabou e adaptar-nos às novas circunstâncias, sem mais perdas de tempo do que o estrictamente necessário enquanto membros da UE, enquanto esta durar.

4. É também a chegada da minha geração a pastas ministeriais, e com elementos vindos do sector político com soluções válidas para o país. Há 20 anos, éramos a «geração rasca», mas o facto é que são alguns de nós quem vai atacar de frente a situação calamitosa deixada por tanta "modernização" feita pelos "revolucionários" vindos das duas gerações precedentes.

5. Pedro Passos Coelho cresceu em Angola. Paula Teixeira da Cruz e Assunção Cristas nasceram em Luanda. Angola é hoje um dos principais parceiros comerciais de Portugal, além de destino e origem de investimento. Dezenas de milhares de angolanos escolheram viver em Portugal, e 400 mil portugueses mudaram-se para Angola nos últimos anos. Não são os cínicos "ventos da História", que pretenderam colocar "colonizados" e "colonialistas" para sempre em lados diferentes de um muro artificial, ideológico e racista, que foi imposto por interesses de terceiros. Não: são as voltas que o Império dá!

6. As atenções estão viradas para a economia e finanças, e para as reformas do Estado. Mas uma das áreas em que o novo governo tem desafios mais importantes pela frente é precisamente aquela a que o país está mais desatento e que tem sido mais preterida na atribuição de recursos: a Defesa. Portugal está hoje na circunstância de estar inserido num bloco europeu politica e economicamente problemático; e num bloco militar em acelerada decadência, com os EUA enfraquecidos e relutantes em auxiliar a Europa; e aliados europeus (a começar pelo nosso aliado mais antigo) empobrecidos e moralmente fracos, que se desarmaram e não são minimamente capazes de responder às suas próprias necessidades, quanto mais fornecer meios para nos auxiliar em caso de necessidade. Há também sinais de uma possível desintegração de Espanha e, por outro lado, uma agressividade internacional crescente, em parte produto da crise económica. Para grande azar nosso, esta circunstância estratégica (a mais grave desde o fim da Guerra do Ultramar) dá-se no pior momento económico em mais de 100 anos, o que nos dificulta a renovação de meios e impede de adquirirmos capacidades que compensem a ausência de aliados credíveis. Por isso, e ao contrário do que se possa pensar, a tarefa que espera o Dr. José Pedro Aguiar Branco é tudo menos menor e simples: é um trabalho meticuloso e realista de decidir onde gastar o limitadíssimo orçamento de que disporá. A prioridade deve ser dada à Marinha, onde a necessidade é mais urgente e que actua no espaço que nos é mais determinante; e onde existe a vantagem de podermos recorrer à produção nacional, além de impulsionar exportações. Mas não é só a Marinha. E - pela vossa riquíssima saúde! - não cortem ainda mais nos efectivos.

7. O que se anuncia com este novo governo é um período de corrida pela salvação nacional, de correcção de problemas criados ao longo de décadas, e de normalização da realidade nacional. E insisto bastante neste aspecto: Portugal precisa de voltar a ser um país normal. Chega de sermos tubo de ensaio de experiências ideológicas, de destruirmos o que se tem e se sabe que funciona em nome de experimentarmos receitas que se calculam erradas, por vezes desastrosas. Chega de projectos inviáveis e dos argumentos fantasiosos que são usados para os justificar. Chega de pretensas causas, demagógicas e populistas, que tantas vezes escondem intenções totalitárias. Temos passado por um processo de bananização, de abandalhamento das instituições e dos indíviduos. Isto tem que ser revertido.

Portugal tem de voltar a ser um país normal!

7. Tenha-se votado ou não, sendo do agrado ou não, o facto é que este governo formado pelo PSD e o CDS será o Governo Português durante os próximos anos. Pedro Passos Coelho é o nosso Primeiro-Ministro. Se quisermos que o país se recupere devemos apoiar este governo. Se discordarmos do rumo seguido, devemos apontar soluções alternativas e ser construtivos. Mas este não é o momento nem nos podemos dar ao luxo de fazermos oposição por mero egoísmo ou capricho. Não podemos continuar como até aqui. Temos de recuperar mais do que as finanças e a economia: temos de recuperar os nossos valores, a nossa auto-estima e o nosso orgulho perante os outros povos.

Para que um dia, se Deus quiser, possamos dizer: «Batemos no fundo, sim. Mas recuperámos e agora estamos de pé!»

O país tem de se colocar no rumo certo e de dar o litro. Temos de estar unidos e dar o tudo por tudo.

Boa Sorte Dr. Pedro Passos Coelho e restante Governo!

domingo, 5 de junho de 2011

É avante Portugueses!

Chegou a hora de correr com a rataria!

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Peixeirada Lusa de Negócios

Se eu fosse republicano, estaria indignado e diria que esta campanha para as Presidenciais atingíu um baixo nível tal que é um insulto às instituições republicanas. Os republicanos portugueses mereciam mais.

Para começar, ainda não foi desta que os partidos se estrearam a fazer eleições internas para escolherem o seu candidato (e que melhor eleição para o fazerem?). Nem que fosse para comemorar o Centenário da República! Não, nada disso: os candidatos foram os escolhidos pelos directórios partidários e os militantes que se calem, que agitem as bandeirinhas e que votem como lhes mandam (e já agora que paguem a quotas).

Um dos argumentos invocados em favor do modelo republicano de regime é: «Em República, ao contrário da Monarquia, qualquer um pode ser o Chefe de Estado, pois não depende de pertencer a uma família em particular». É verdade, mas em teoria e apenas isso. Para se ser Presidente da República é preciso ser membro da família PS ou PSD há algumas décadas, e é preciso ser indigitado pelos mandantes do PS ou do PSD para que as respectivas máquinas partidárias e mediáticas o levem até Belém. Caso contrário, não há hipótese. E depois é a pobreza que se vê. Mesmo dentro dos dois maiores partidos, sem dúvida que se encontrariam personalidades com melhores atributos (para já não falar em currículos) para a chefia do Estado, que os militantes se encarregariam de escolher. Mas quando um PS que tem um Jaime Gama opta por um Manuel Alegre, está tudo dito sobre o funcionamento dos partidos. E, por mais discursos poéticos que se façam no 5 de Outubro, a verdade é esta: a República é dos partidos.

Em segundo lugar, o deserto de ideias dignas de discussão é quase completo. O único candidato que finge ter uma ideia subjacente à sua candidatura é Defensor Moura: a Regionalização. Digo finge, porque é evidente que o único propósito da candidatura de Defensor Moura é ser uma voz crítica de Cavaco Silva a juntar à de Manuel Alegre. Mesmo que não fosse, um candidato a PR não deve defender causas que não o serviço ao país, pois o papel do Presidente é suposto ser equidistante em termos ideológicos e partidários, não interferindo na governação, só assim podendo ser o moderador e o árbitro dos poderes políticos. Que em eleições legislativas, um partido defenda a Regionalização (ou outra causa qualquer) faz sentido; mas um candidato a Presidente da República defender causas é a mesma coisa que um árbitro de futebol que promete favorecer uma equipa. Absurdo.

Assim, à falta de um debate sério, Cavaco e Alegre chafurdam na lama, e com eles arrastam a imprensa e alguma blogosfera que, histérica, ou pede provas da honestidade que não se adivinha nos seus chefes, ou coloca a mão no fogo pela honestidade de Cavaco e morde tudo que possa colocar em causa a sua beatificação. Bastaria uma curta ronda pelas capas do defunto jornal O Independente e logo surgiriam casos bem mais interessantes que o BPN/SLN para atingir Cavaco Silva. Mas não: o Povo está com a corda na garganta e nada melhor para o irritar do que ligar Cavaco a um Banco saqueado. Cavaco é "um deles". Num ambiente destes, não admira que as figuras válidas se auto-excluam de eventuais aventuras presidenciais.

Mas ainda há a cereja no topo do bolo: como se não bastasse tudo o que atrás se disse, os debates na TV excluíram um dos candidatos: José Manuel Coelho. Nem ao menos a mais elementar lógica republicana, a mais elementar liberdade política, de expressão, de informação foi respeitada. Uma vergonha.

Sendo monárquico, não me agrada nem um pouco este abandalhamento da vida política nacional. Para todos os efeitos, em Portugal vigora a República Portuguesa e, mesmo discordando da sua existência, é esta instituição que comanda os destinos do país, pelo menos nos tempos mais próximos. Mesmo que fosse republicano, não encontraria nestas eleições razões para votar em nenhum dos candidatos. E sendo monárquico, a tentação será de não participar nestas eleições para um cargo de que discordo. E a vontade de nem sequer pôr os pés na assembleia de voto é grande, apesar de votar sempre. Mas o facto é que é à República Portuguesa que tenho de pagar os impostos, e era o que faltava é que não aproveitasse esta rara ocasião para fazer valer o meu ínfimo poder, de me pronunciar sobre o rumo político do país.

Votarei, não em branco (que é um voto que fica por preencher), mas em nulo (não vá o Diabo tecê-las e "eu" acabar por votar contra a minha vontade). É triste chegar a esta opção, mas é o estado em que as coisas estão. Por isso mesmo será um voto de protesto.

Que melhores tempos venham!

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

1º Dezembro - Mensagem de S.A.R. Dom Duarte de Bragança

A Independência é politicamente incorrecta




Mais um 1º de Dezembro, mais um aniversário da nossa incómoda Independência. Mais uma vez, a data praticamente só foi assinalada pelos monárquicos, o que é de todo lamentável no que devia ser uma celebração de todos os portugueses. Tal como o 5 de Outubro (de 1143), que assinala a nossa fundação enquanto estado independente. Mais um ano em que não houve comemorações oficiais, nem palavras do Presidente da República, Presidente da Assembleia da República, ou de qualquer membro do Governo.


O que é especialmente grave no caso do «activo e dinâmico» Presidente, que ainda há dias lembrou que «um Presidente da República (...) é, desde logo, o garante da independência nacional».

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

La galina de la vecina

E depois da maré de propaganda a tentar demonizar a Monarquia e a dizer que os reis são ditadores, a quem é que nos próximos dias as instituições republicanas vão todas beijar a mão?

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Vale a pena ler

Alguns bons artigos a propósito do Centenário da República:




Navegações, no Albergue Espanhol



O que se festeja amanhã? e Persistência, no Delito de Opinião

867 anos de vida: Parabéns Portugal!

5 de Outubro de 1143 - Tratado de Zamora
Portugal torna-se num estado independente.

O 5 de Outubro que os poderes instalados não comemoram, nem sequer lembram.

In memoriam: Prós e Contras

O "grande debate da Televisão Portuguesa" ,já estava moribundo há muito tempo, com debates chatíssimos, onde se fala muito e conclui pouco, repisando as mesmas explicações há muito conhecidas para a situação económica, ou então em que os intervenientes estão todos de acordo, sem que se ouçam trocas de argumentos que justifiquem o nome do programa.

Mas no debate de ontem sobre a República bateu mesmo no fundo: todos os convidados eram republicanos, entre os quais não faltava António Reis, o Grão-Mestre da Maçonaria. Um autêntico Prós e Prós.

Depois de toda a propaganda, em doses industriais, sobre as maravilhas e liberdades supostamente trazidas pela República, esta é cereja no topo do bolo. Para fazerem destas, é porque a velha meretriz não deve estar assim tão sólida.

1910 e 2010

Proclamação da República.
Das fotos deste momento, normalmente só se vê a metade direita.
Isto porque, segundo a "História oficial", na metade esquerda é suposto estar uma multidão que enchia a Praça do Município.

Em 1910, os meus bisavós moravam em Lisboa, mais concretamente na Rua Andrade Corvo, nas Picoas.

Da minha família dessa época só conheci a minha avó Maria José, nascida em 1899, e que se recordava pouco do 4-5 de Outubro. Lembrava-se de que quando os problemas começaram, com tiros de artilharia ao longe e tiroteio ao virar da esquina (na Avenida Duque de Loulé) o meu bisavô fechou as portadas de madeira das janelas e mandou toda a gente para as traseiras do apartamento. Não sei que mais fez nesse dia, mas o facto é que, tal como todos os oficiais do Exército que não aderiram à revolução republicana, foi expulso do Exército e só foi reintegrado nos finais de 1911, sendo obrigado a jurar lealdade à República.

A minha avó não se lembrava de muito mais. Lembrava-se de ter tido medo, apesar de não ser a primeira vez que ouvia tiros de espingarda e de canhão (o meu bisavô tinha sido instructor na Escola Prática de Infantaria, e campeão nacional de tiro em 1895); só que desta vez os tiros eram "a sério", para matar, e ela sabia-o. E lembrava-se de quando se soube que os republicanos tinham tomado o poder.

Cem anos depois, as pessoas não sabem é o que é a Monarquia. Talvez devessem olhar para a maioria dos países mais evoluídos, mais ricos e estáveis do mundo e tentar perceber porque raio é que eles não querem modernizar-se...

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Há sempre um recorde para ser batido

Nos dezasseis anos que a República durou, o PIB per capita português, em percentagem da média europeia, caíu de 42% em 1910 para 32% em 1926 (com um mínimo de 23% em 1920), significando que o nível de vida do português médio era, ao findar a República, menos de um terço do nível de vida do europeu médio.

Desde que existem estatísticas económicas, não é possível encontrar um período na história de Portugal em que o país tenha empobrecido tão rapidamente e tenha descido tão fundo. O período da I República qualifica, em termos económicos, como o período mais negro da história moderna de Portugal e, muito provavelmente, como o período mais negro de toda a sua história.

Pedro Arroja, no Portugal Contemporâneo.

A República dos Caridosos

«A República foi feita pela chamada "geração de 90" (1890), a chamada "geração do Ultimatum", educada pelo "caso Dreyfus" e, depois, pela radicalização da República Francesa de Waldeck-Rousseau, de Combes e do "Bloc des Gauches" (que, de resto, só acabou em 1909). Estes beneméritos (Afonso Costa, António José d"Almeida, França Borges e outros companheiros de caminho) escolheram deliberadamente a violência para liquidar a Monarquia. O Mundo, órgão oficioso do jacobinismo indígena, explicava: "Partidos como o republicano precisam de violência", porque sem violência e "uma perseguição acintosa e clamorosa" não se cria "o ambiente indispensável à conquista do poder".

Na fase final (1903-1910), o republicanismo, no seu princípio e na sua natureza, não passou da violência, que a vitória do "5 de Outubro" generalizou a todo o país. Não admira que a República nunca se tenha conseguido consolidar. De facto, nunca chegou a ser um regime. Era um "estado de coisas", regularmente interrompido por golpes militares, insurreições de massa e uma verdadeira guerra civil. Em pouco mais de 15 anos morreu muita gente: em combate, executada na praça pública pelo "povo" em fúria ou assassinada por quadrilhas partidárias, como em 1921 o primeiro-ministro António Granjo, pela quadrilha do "Dente de Ouro".

O número de presos políticos, que raramente ficou por menos de um milhar, subiu em alguns momentos a mais de 3000. Como dizia Salazar, "simultânea ou sucessivamente" meio Portugal acabou por ir parar às democráticas cadeias da República, a maior parte das vezes sem saber porquê.

E , em 2010, a questão é esta: como é possível pedir aos partidos de uma democracia liberal que festejem uma ditadura terrorista em que reinavam "carbonários", vigilantes de vário género e pêlo e a "formiga branca" do jacobinismo? Como é possível pedir a uma cultura política assente nos "direitos do homem e do cidadão" que preste homenagem oficial a uma cultura política que perseguia sem escrúpulos uma vasta e indeterminada multidão de "suspeitos" (anarquistas, anarco-sindicalistas, monárquicos, moderados e por aí fora)?

Como é possível ao Estado da tolerância e da aceitação do "outro" mostrar agora o seu respeito por uma ideologia cuja essência era a erradicação do catolicismo? E, principalmente, como é possível ignorar que a Monarquia, apesar da sua decadência e da sua inoperância, fora um regime bem mais livre e legalista do que a grosseira cópia do pior radicalismo francês, que o "5 de Outubro" trouxe a Portugal?»

Vasco Pulido Valente, Público 02.10.2010

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Vitória da dignidade

A Tailândia venceu a ofensiva da decadência que lhe querem impor, em nome dos "ventos da História". Quem nos dera poder dizer o mesmo.

sexta-feira, 26 de março de 2010