No ano passado, estabeleci um objectivo nas minhas compras de Natal: comprar apenas produtos portugueses, e apenas no comércio tradicional. Neste último aspecto, confesso que também fui motivado por não ter muita paciência para grandes confusões e esperas em filas de gente impaciente. As entediantes músicas de Natal, essas também me demoveram. Mas o facto é que consegui o que queria (ainda que levando um pouco mais de tempo e em sítios diferentes), sem andar a oferecer o mesmo que toda a gente (a começar pelos omnipresentes Mon Cheri e Ferrero Rocher, que substituí pelos nossos belíssimos Regina), supreendendo a família e amigos, e sem gastar mais dinheiro - que assim ficou todo em Portugal.
É claro que quando se oferecem livros, bebidas ou artigos de moda, é mais fácil oferecer produtos portugueses. Mesmo em artigos de cosmética ainda há algumas preciosidades feitas em Portugal (a linha Musgo Real, da Ach Brito, por exemplo). Mas o que se produz neste país (e que muitas vezes se desconhece) chega a surpreender. Por exemplo, à conta do Magalhães fiquei a saber que existe uma meia dúzia de marcas de computadores portáteis portugueses, bem considerados pela imprensa especializada (Insys, Tsunami, Growing, Mithus, Clasus). São estas coisas que nos fazem compreender que este país só precisa de ser mais normal para entrar na ordem e ser próspero (pelo menos no que diz respeito à Economia). Se ao menos os Portugueses não tivessem tanto a mania de recusar o que é feito cá, quanta riqueza não ficaria em Portugal em vez de ir para bolsos estrangeiros.
Este ano tenciono fazer o mesmo (pelo menos na preferência de produtos portugueses) e convido quem me lê a fazer o mesmo. E lanço um desafio: experimentem oferecer uma torradeira barata (15-18€), apesar de ser feita em aço inoxidável, que chega a durar mais de 30 anos e dá para torrar fatias grossas de pão saloio, e 100% Made in Portugal.
Mais tarde darei a solução para o enigma.
3 comentários:
Alinho! :)
Não fazia ideia da existência sequer desses computadores portugueses, como aliás, suponho, de muita coisa provavelmente boa e feita em Portugal.
Obrigada pela informação, JQ, é bom descobrir-se estas notícias.
(Li uma reclamação sobre o Mithus aqui)
Van Dog: optimo!
Gi: reclamações há-as sobre todos, mas do que eu sei algumas marcas portuguesas têm por vezes uma assistência técnica que deixa a desejar. Nesse aspecto, a Tsunami é a de absoluta confiança.
Até há pouco tempo existiam dois outros fabricantes de computadores (portáteis) portugueses: a Solbi (marca Citydesk) e a Shine.
Os Citydesk eram bastante bons, não perdendo em nada para as marcas internacionais de referência, mas trabalhavam sobretudo para o mercado empresarial e os prazos de entrega por vezes eram demasiado longos, acabando por perder os clientes de referência. A Solbi fechou no ano passado.
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