quarta-feira, 11 de novembro de 2009

O bug do milénio e outras mega-mentiras

Segundo a imprensa de hoje, o petróleo está a aumentar nos mercados porque, ao contrário do que se pensava e apesar das gigantescas reservas que se têm encontrado nos últimos anos (nomeadamente no Brasil, em África e na Ásia), e das também gigantescas que se sabem existir na Antártida e no Ártico, a previsão da indústria é que o petróleo acabe mais cedo do que se pensa.

Onde é que eu já ouvi isto?

Aliás, estas previsões catastrofistas da parte de "especialistas" e que o cidadão comum não tem como confirmar, são uma rotina.

Lembram-se do que se dizia há dez anos? Na passagem de ano de 1999 para 2000, mal caíssem as 00h00 de 1 de Janeiro de 2000, os computadores entenderiam que se tinha voltado a 1 de Janeiro de 1900. Era o chamado Bug do Milénio. O problema informático em si era por vezes verdadeiro, mas só afectou uma percentagem ínfima de computadores. Agora as consequências anunciadas pelos media mundiais, essas foram (no mínimo) manifestamente exageradas: os computadores dos bancos e das bolsas iriam colapsar, levando a uma catástrofe financeira e económica a nível mundial; os sistemas de controlo de tráfego aéreo iriam bloquear levando ao caos na aviação, aliado ao crashing dos computadores dos aviões que estivessem no ar e que deixariam de poder ser pilotados; as centrais eléctricas, nomeadamente as nucleares iriam ficar descontroladas, e até as armas atómicas poderiam ser disparadas automáticamente, levando ao holocausto nuclear.

Hoje parece ridículo, absurdo, mas o facto é que tudo isso foi previsto. Até ao pormenor - talvez não ideológicamente inocente - de se dizer que os computadores fabricados na antiga URSS, usando tecnologia diferente da americana, seriam imunes ao bug. Com a mileniomania instalada, e enquanto algumas pessoas chegavam ao ponto de constituir reservas de bens essenciais, o problema foi discutido nas mais altas esferas (não podiam ser acusados de não fazerem nada) e soluções foram avançadas. Além dos milhões gastos em software (comprar novo, actualizar e inspeccionar a compatibilidade), milhares de vôos na passagem de ano foram cancelados, e até o Exército Britânico foi colocado em alerta nessa noite.

E quando o segundo fatal chegou? Tudo normal, nada a assinalar à parte de um ou outro raríssimo incidente algures, por confirmar.

Sem surpresas, o assunto que chegou a mobilizar as Nações Unidas, caíu no esquecimento.

Anos antes do Bug do Milénio, já tinha havido outra catástrofe anunciada, por especialistas e não-especialistas: o buraco na camada do Ozono. Grande parte da comunidade científica não resistiu a alinhar na mentira em troca dos seus 15 minutos de fama. Excepção à regra, o francês Haroun Tazieff, o mais prestigiado vulcanólogo do mundo, juntou outros cientistas de renome para um manifesto denunciando a mentira que era esta nova "catástrofe ambiental", que o buraco do ozono sempre existira e que tudo não passava de infoterrorismo [sic]. Exposta a mentira, o assunto morreu mas sem que antes os governos não produzissem legislação a proibir gazes CFC; o que está correcto mas que foi um maná para a indústria, ao obrigar à substituição de muitos produtos (desde sprays a frigoríficos) já existentes.

Hoje, é o aquecimento global (ver também comentários a este link), propagandeado um pouco por todo o lado e por todos os sectores políticos, recorrendo a figuras da política como Al Gore. Para chamarem a atenção para as consequências para os seus países, o governo das Maldivas reuniu debaixo de água e o do Nepal vai reunir no monte Evereste. Apesar das denúncias da comunidade científica séria, a mega-mentira continua, servindo de pretexto à colecta das ditas ecotaxas e à substituição prematura de equipamentos existentes, nomeadamente automóveis, apesar dos actuais serem pouco ou nada diferentes tecnológica e ecológicamente dos de há dez anos, à excepção dos eléctricos e dos híbridos, o novo negócio. Nunca se fala de modernizar o que existe, mas sempre de comprar novo. As denúncias existem, mas têm dificuldade em passar para a opinião pública.

Neste contexto, vale a pena aqueles que já ouviam notícias nos anos 70 e 80 recordarem qual era a moda info-climática da altura: o arrefecimento global. Estávamos a caminho de uma nova era glaciar. Lembram-se?

3 comentários:

Gi disse...

Lembro, lembro.
E para além destas há as epidemias da moda, os escândalos vazios e as teorias de conspiração tontas que desviam a atenção das manipulações verdadeiras a que somos submetidos todos os dias.

Paulo Lisboa disse...

Sempre achei uma grande treta essas histórias do fim do petróleo, do buraco na camada de ozono, do aquecimento global e afins. Em última caso, para se vender livros e jornais. Mas a humanidade é mesmo assim, alarmista e catastrofista.

Joao Quaresma disse...

...E sempre quero ver se um dia não se descobre que esta Gripe A foi criada em laboratório e largada no insuspeitadamente desorganizado México para obrigar o Mundo inteiro a dar rios de dinheiro às farmacêuticas.

Também suspeito que o proteccionismo tem falado mais alto na autorização dada por cada país ao uso de vacinas fabricadas pelas suas empresas farmacêuticas.