De acordo com o Diário Económico, a CP está a negociar a venda de 50 a 100 carruagens à Argentina, depois de nos ultimos anos ter já vendido perto de 100 carruagens e locomotivas. Quanto à justeza dos valores, não estou em posição de os avaliar. Mas cito o artigo do DE:
"A CP tem desenvolvido uma relação especial de fornecimento de material circulante para a Argentina desde Junho de 2004, altura em que a empresa vendeu 17 unidades duplas (34 composições), a diesel, para via estreita, no valor de 3,333 milhões de euros."
34 carruagens por 660 mil contos? Uma carruagem por 19 mil contos? Por esse preço nem se compra meio autocarro.
Mas não é só para a Argentina que exportamos combóios. A EMEF, empresa pública formada a partir do ramo oficinal da CP, recebeu em Agosto uma nova encomenda de vagões para a Bósnia-Herzegovina. Depois de ter fornecido 356 vagões (e feito a reabilitação de 220), agora trata-se do fornecimento de 500 vagões, num negócio mais uma vez feito directamente entre os governos dos dois países. Óptimas notícias para a indústria portuguesa, que levaram a EMEF a aumentar a produção de vagões. Mas repare-se neste pormenor da notícia do DE sobre este contrato:
"Desde Abril de 2005, a EMEF, empresa participada da CP responsável pela prossecução deste acordo, tem vindo a cumprir favoravelmente o contrato, em que a verba encaixada não será certamente a principal vantagem a retirar da iniciativa."
Ah, bom. Percebe-se então a razão do sucesso dos nossos combóios no mercado externo.
Do que não há notícia é de novos combóios para equiparem a CP, substituindo o material que está a ser vendido. O Governo está a desinvestir da ferrovia, apesar da procura estar a aumentar, fruto do aumento dos combustíveis. O único combóio que interessa é mesmo aquele para o qual se sabe à partida que nunca terá mercado para ser viável: o TGV.
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