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Os aliados dos Estados Unidos, mesmo os mais fieis, têm esta característica: quando começam a fazer os seus países progredir, acontecem-lhes revoluções. Há dias, o Rei Faisal da Arábia Saudita telefonou a Barack Obama para lhe dar uma descompostura por virar as costas a Mubarak (que garantiu 30 anos de estabilidade com Israel, e o apoio em duas guerras contra o Iraque), colocando em risco a estabilidade de todo o Médio Oriente.
Liberdades políticas à parte, o facto é que é todo o edifício da política externa dos EUA (leia-se do Ocidente: a "Europa" simplesmente não existe) que se está a desmoronar. De Marrocos ao Bahrein, toda a gente ficou esclarecida em relação ao que pode esperar dos EUA: traição.
Entretanto, os "manifestantes" (no Médio Oriente, como por todo o mundo, não custa muito pagar a gente para se manifestar no sentido pretendido) da Praça Tahrir festejam: durante duas semanas gritaram em Inglês por «Democracia e Liberdade», e em Árabe por «morte a Israel». Mesmo depois da economia egípcia ter crescido 7,5% no ano passado, mesmo depois de um aumento de 15% nos salários, os trabalhadores do Canal do Suez fazem greve.
O que vier a seguir poderá não ser nada bonito. Mas disso, Obama sacudirá a água do capote. Ele só quis um mundo melhor...