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segunda-feira, 16 de abril de 2012

E lá seguiu ela.

A tal que alguns dizem que não é precisa. Dizem que basta ter uma guarda costeira para defender os cardumes, travar lanchas com droga e recolher poluição na nossa costa, que para o resto, existe a NATO e a União Europeia. Lá segue uma fragata, daquelas que nos anos 80 meio burgo dizia que não eram precisas, e uma corveta com mais de 40 anos, ainda daquelas encomendadas por Salazar e inauguradas por Caetano. Foram projectadas para durar 25 anos, pelo que deviam ter sido substituídas há 15. Mas no entretanto tem havido prioridades inadiáveis como estádios sem uso, auto-estradas sem trânsito, aeroportos sem aviões, e uma enorme ZEE de desperdício e esbanjamento em todas as latitudes, longitudes e profundidades.

«Siga a Marinha!» A que ainda temos e que é a mesma instituição que foi a maior do mundo no seu género durante dois séculos, que a dada altura dominou três oceanos, que se estendeu do interior da Amazónia ao Mar do Japão. Que combateu contra espanhóis, mouros, turcos, holandeses, franceses, ingleses, alemães, chineses e indianos. Piratas de cabelo louro e piratas de carapinha. Que cartografou pela primeira vez uma boa parte dos litorais do planeta. Que cunhou termos técnicos usados ainda hoje pelos marinheiros de todo o mundo. Que, apesar de todas as limitações materiais e financeiras, é avaliada como uma das três mais bem treinadas da NATO e das mais eficientes do Mundo.

E como há vida no Mundo para além do déficit, da Moody's e da Troika, mais uma vez lá vão os marinheiros portugueses, aventureiros e sempre os primeiros na Terra ou no Mar. Daqui por uns tempos, depois do problema resolvido e quando tudo já estiver esquecido, lá voltaremos à novela da mediocridade e da pequenez: o caso dos submarinos do Paulo Portas que - dizem os inteligentes - não servem para nada, os discursos sobre o Mar que é o grande futuro de Portugal, a Plataforma Continental que fará a expansão dos bolsos de espanhóis e brasileiros, as pescas que a Europa não nos consente, os estaleiros falidos porque o Estado não é capaz de gerir a ponta de um cabo. "O Mar" já foi; só ainda não arranjaram uma lei para o extinguir ou vender aos chineses. Quanto à Marinha, enquanto houver mares e oceanos e outros países com igual acesso a eles, cujos interesses não serão sempre os mesmos que os nossos, será sempre necessária. E não devia ser preciso uma emergência na Guiné-Bissau para nos lembrarmos disso.

sábado, 10 de março de 2012

(D)ouro sobre azul



No meio de tudo o que está a correr mal com a Economia, é um prazer ler notícias como esta:

«A Douro Azul, que adjudicou a construção de dois navios à Navalria, vai investir 50 milhões de euros até 2014.

Em declarações ao Económico, Mário Ferreira, presidente da Douro Azul adianta que "para além dos 22 milhões de euros na construção dos dois navios que acabámos de adjudicar à Navalria, a Douro Azul vai ainda investir mais 28 milhões de euros, num total de 50 milhões de euros, até 2014".

O presidente da Douro Azul diz que "para além dos dois navios, vamos investir um milhão de euros na compra de quatro autocarros, mais 1,4 milhões na renovação de um edifício na baixa do Porto para fazer um centro de acolhimento para quem nos visita e ainda comprar um novo helicóptero para diversificar o negócio". A estes, acrescenta o gestor "há ainda que somar mais dois navios-hotel, dois barcos rabelos e mais autocarros, estes últimos em 2014".

A construção destes navios chegou mesmo a estar pré-acordada com os Estaleiros Navais de Viana do Castelo, mas tal não veio a acontecer.»

Navios portugueses, de projecto português, construídos num estaleiro português. A iniciativa privada a dar cartas e a mostrar como se fazem as coisas como deve ser.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

terça-feira, 19 de julho de 2011

Férias no Mar

...a bordo de um magnífico paquete português.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

O que é nacional é mau

Nota: a Atlântico line é a empresa de navegação inter-ilhas propriedade do Governo Regional dos Açores, que já no passado esteve envolvida em controvérsias com a aquisição de dois ferries, contratada e depois cancelada aos Estaleiros Navais de Viana do Castelo. A Damen é um estaleiro holandês que já no passado (no governo Guterres) esteve envolvido em controvérsias por causa do fornecimento de catamarãs à Soflusa, construídos em Singapura e que poderiam ter sido construídos em Portugal.



Entretanto, os Estaleiros Navais do Mondego estão de novo em risco de fechar por falta de encomendas.

Este Governo Regional dos Açores... E depois venham falar em Regionalização.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Real Regatta de Canoas 2010 - 2 OUT

Realiza-se este Sábado mais uma edição da Real Regatta de Canoas, um evento que reúne no estuário do Tejo dezenas de embarcações típicas. Remonta ao Século XIX, como uma homenagem prestada pelo Rei às gentes do rio lembrando e agradecendo a sua resistência às tropas napoleónicas e negando-lhes o uso do rio para o cerco a Lisboa, ficando conhecida como a Marinha do Tejo.
Ali perto, no Museu de Marinha às 17h, terá lugar um concerto pela Banda da Armada.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

O regresso do Santa Maria Manuela

Uma das mais belas iniciativas portuguesas no domínio marítimo dos últimos anos, a recuperação do lugre Santa Maria Manuela, pela empresa Pascoal e Filhos (Bacalhau Pascoal), teve no Domingo o seu momento final com a chegada do navio a Aveiro.
Este veleiro, gémeo do Creoula, foi lançado à água no dia 10 de Maio de 1937, no estaleiro da CUF em Lisboa, e é um dos sobreviventes da nossa antiga frota de bacalhoeiros. A sua recuperação começou há uns anos no estaleiro Navalria, em Aveiro, onde foram feitas as grandes reparações e reconstruções do casco, tendo os restantes trabalhos sido feitos na Galiza, em Marín.
Todo este trabalho tem podido ser acompanhado no blogue do S.M.M.
Ei-lo agora, em todo o seu esplendor, pronto a efectuar as várias actividades para que foi agora preparado, desde cruzeiros turísticos a expedições científicas.
Uma lição, dada pela iniciativa privada, de como se fazem as coisas bem e de como se preserva o património nacional, em tempos de crise de valores e de negócios de sucata.
Contra ventos ("da História") e tempestades (do Terreiro do Paço, de Bruxelas), ainda existe um Portugal Marítimo!

quinta-feira, 25 de março de 2010

Um Polis para o Tejo

O Ministério do Ambiente pretende revalorizar o Tejo. Vamos ver no que isto vai dar.

(Via Blogue dos Navios e do Mar)

domingo, 17 de maio de 2009

Cruzeiro no paquete Funchal (a preços imbatíveis)

Para quem estiver a marcar as férias... de 1972.


quinta-feira, 7 de maio de 2009

Perguntas Proibidas

...É um excelente programa da Rádio Europa em parceria com o Instituto da Democracia Portuguesa, que debate questões importantes mas pouco tratadas pela imprensa em geral. Como é dito no site do IDP, nos tempos da Inquisição, proibiam-se as respostas. Será que - com a liberdade de imprensa - se proíbem agora as perguntas?

O programa vai para o ar todas as Quintas-feiras, depois das 18h, em 90.4 FM, com os programas colocados online, em podcast, dias mais tarde.

Chamo particularmente a atenção para o programa de 23 de Abril sobre os assuntos do mar, em que, de forma sucinta, os menos conhecedores poderão ficar com uma ideia muito aproximada do que se passa e do que deveria ser feito. Aconselho vivamente.

Perguntas Proibidas em Podcast

Rádio Europa

terça-feira, 10 de março de 2009

Argus de regresso a Portugal

De vez em quando ainda vão havendo boas notícias relativas ao Mar Português.

O antigo bacalhoeiro Argus, gémeo do Creoula e do Santa Maria Manuela, foi adquirido pela firma Pascoal e Filhos, regressando a mãos portuguesas, onde certamente lhe será dado bom uso.

Excelentes notícias!

Via Atlântico Azul

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

O regresso do Santa Maria Manuela

Desde 2007 que se encontra em recuperação um dos dois últimos veleiros bacalhoeiros portugueses ainda existentes (o outro é o seu gémeo, Creoula, da Armada). Trata-se de um projecto a todos os títulos exemplar (e raro em Portugal) de recuperação do património histórico por parte do proprietário do navio, a firma Pascoal e Filhos (AKA Bacalhau Pascoal).
E que tem rendido um dos blogues que me tem dado mais gosto seguir. Sugiro uma longa consulta do Blogue do Santa Maria Manuela, por ordem cronológica, tal como se lê um bom livro.

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Piece of Cake!

Miguel Arrobas: «O mar estava óptimo para nadar»

PORTUGUÊS FELIZ COM A TRAVESSIA DO CANAL DA MANCHA

O nadador português Miguel Arrobas manifestou-se bastante satisfeito por ter terminado em 09:30 horas a travessia do Canal da Mancha, garantindo que apesar do cansaço, do frio e dos enjoos os "braços estavam prontos para nadar mais". "Foi óptimo, esta aventura está concluída e abaixo da minha expectativa das 10 horas", disse hoje à Agência Lusa Miguel Arrobas, após concluir a travessia a nado entre Shakespeare's Cliff, em Dover (Inglaterra), e o Cabo Gris Nez, entre Boulogne e Calais (França). Miguel Arrobas, antigo nadador olímpico, entrou para a água às 03:58 horas terminando a aventura às 13:28 e foi acompanhado apenas por um barco de apoio, com um árbitro, que valida o tempo da travessia, e o piloto britânico Fred Mardle. "Enjoei imenso, estive quase todo o tempo enjoado, nem consegui comer nada, fiquei-me só pelo gel. Mas, a nível físico, o corpo deu sinal dos treinos específicos que fiz e acabei por ter apenas uma cãibra mínima num braço", explicou o nadador, que realçou que o "mar esteve óptimo para nadar, com vento fraco, choveu imenso e a água devia estar a 17 graus" Segundo Miguel Arrobas, durante as 9:30 horas da travessia apenas teve de dar passagem a uma embarcação "que transportava carros, tinha uns 10 andares, parecia um prédio" e que, pela dimensão, lhe transmitiu algum "receio". "A primeira hora e meia estava noite escura, que me deu a sensação desagradável de não saber para onde estava a ir. Depois, fui sentindo bastante a ondulação, andei quase sempre aos saltos, mas quando vi terra comecei a acelerar. Parecia perto, mas era mais longe do que parecia e as correntes muito fortes", sublinhou o atleta da Associação de Nadadores dos Estoris. Miguel Arrobas explicou que devido às correntes junto à costa francesa, gastou 27 minutos nos últimos mil metros da travessia, quando demora, em média, 12 minutos para nadar a distância. Aos 33 anos, o nadador e jurista tornou-se no segundo português a concluir aquela que é considerada a prova rainha mundial da natação de águas abertas, por ser um percurso longo, com correntes fortes e temperaturas baixas, depois de Baptista Pereira, em 1954 e 1959 ter conseguido os tempos de 12:25 horas e 13:12, respectivamente. O recorde absoluto da travessia do Canal da Mancha foi obtido pelo búlgaro Petar Stoychev, que em 2006 fez o percurso em 6:57 horas Depois do sucesso de Miguel Arrobas, Nuno Vicente, 29 anos, do Clube de Natação de Torres Novas, tentará a mesma proeza entre os dias 9 e 15 de Agosto, no seu caso com a companhia do piloto Ray Cooper, também britânico. "O Nuno já sabe com o que conta, mas vou dizer-lhe que escusa de olhar para a frente para tentar ver terra. Eu só a vi quase 8:15 horas depois de partir e ainda assim temos sempre a dúvida se estamos longe ou perto", referiu Miguel Arrobas, antecipando a tentativa do companheiro de aventuras e de treino. Os dois nadadores disseram à Lusa, que caso consigam concluir com sucesso a aventura no Canal da Mancha, pretendem tentar nadar os 21 quilómetros da travessia do Estreito de Gibaltar, entre Espanha e Marrocos.

Do Record.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Travessia do Canal da Mancha, a nado

Dois nadadores portugueses querem repetir a proeza de Baptista Pereira, em 1954, e cumprir os 34 km a nado. A preparação começou há mais de dois anos e meio. (Expresso)

Boa sorte aos dois, e em especial ao Miguel, meu colega de universidade. Tenho a certeza de que vão conseguir. Para quem consegue fazer Farilhões-Peniche, o Canal da Mancha é piece of cake.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Ao sabor do vento

Veleiro Regatta 1200, projectado e construído pela Delmar Conde.

segunda-feira, 17 de março de 2008

Riqueza borda fora

No Diário Económico de hoje:

Portugal desperdiça 17 mil milhões por ano no mar

As actividades directas e indirectas relacionadas com o mar contribuem para 11% do PIB, equivalentes a 17 mil milhões de euros. Mas estão exploradas apenas a metade da capacidade: 34 mil milhões, segundo um estudo.

Jaime Martins Alberto

Os números confirmam o que os políticos ao longo de décadas não têm conseguido. Actualmente as actividades económicas relacionadas directa e indirectamente com o mar contribuem para 11% do Produto Interno Bruto (cerca de 17 mil milhões). De acordo com um estudo que 20 das maiores empresas nacionais encomendaram à SAER (Sociedade de Avaliação de Empresas e Risco) caso o Estado “reoriente as suas políticas estratégicas para os próximos 25 anos” o contributo do mar para a economia pode “facilmente” duplicar, atingindo os 22% do PIB.

Numa altura em que tanto se fala do alto desemprego do país (8%, o valor mais alto dos últimos 21 anos) este estudo liderado por Ernâni Lopes, aponta o mar como um dos sectores com maior capacidade para absorver desempregados. “Os sectores ligados ao turismo e ao mar absorverão os desempregados das outras áreas. O mar pode-se tornar a área mais empregadora do país”, explica José Poças Esteves, co-autor do estudo que será publicado no final do ano.

Em Dezembro de 2006, o Governo criou a Estratégia Nacional para o Mar, que prevê, entre outras medidas, um maior aproveitamento da energia das ondas, a ampliação da plataforma continental ou a adaptação do princípio do balcão único a todos os assuntos relacionados com o mar. Mas este conjunto de boas intenções não parece estar a convencer o Presidente da República, que – alertado para todas as potencialidades da maior zona económica exclusiva da Europa – exigiu ver resultados práticos até Novembro deste ano. “É preciso passar à acção”, avisou Cavaco no final do ano passado. “Essas palavras são um encorajamento para que se faça mais”, reage o secretário de Estado da Defesa e Assuntos do Mar, João Mira Gomes.

Enquanto o Estado não passa a acção, as empresas privadas vão abrindo caminho. Apesar de ainda estar numa fase inicial de investigação, a SAER adiantou ao Diário Económico algumas das suas primeiras conclusões. Como é caso das áreas mais rentáveis e atractivas para as empresas: transportes marítimos e portos, turismo náutico (como a construção, hibernação e ‘catering’ de barcos), biotecnologias, aquacultura e educação (com a criação de novos cursos navais nas universidades). “Estes clusters têm um forte potencial de crescimento e de retorno do investimento”, diz Poças Esteves.

Perante estas possibilidades, não espanta que tenha sido a sociedade civil a encomendar o estudo coordenado pelo antigo ministro das Finanças, Ernâni Lopes – e que conta com o contributo de quinze personalidades anónimas “especialistas em várias matérias”. Pela voz da Associação Comercial de Lisboa (ACL), vinte empresas nacionais – como a EDP, Galp, BES, BCP, PT, Lisnave ou as Conservas Ramirez – pagaram entre si 250 mil euros pelo parecer da SAER. A maior fatia coube aos dois bancos privados. “Eles querem saber quais os sectores que mais se podem desenvolver. E onde podem investir”, aponta Pedro Madeira Rodrigues, secretário-geral da ACL.

A equipa de Ernâni Lopes também deixará sugestões quanto à orgânica política do Estado. “Se o mar é assim tão importante, tem que ter um ministério próprio”, diz Poças Esteves.

As áreas mais atractivas para as empresas

1 - Centro do comércio mundial
A zona económica exclusiva portuguesa é dezoito vezes maior do que o território terrestre nacional e a maior da Europa. Segundo a SAER, o comércio marítimo – que “cresce a dois dígitos por ano” – já é uma actividade central na economia mundial. Mas ainda está longe de o ser em Portugal. “Os transportes são tão baratos que a globalização fez disparar esta forma de mobilidade no globo. Noventa por cento dos transportes de comércio em todo o mundo são feitos pelo mar”, diz José Poças Esteves. As “auto-estradas do mar” são também uma das prioridades do Governo. Na cimeira última luso-francesa, José Sócrates assinou uma parceria com França para a cooperação na vigilância, segurança e combate à poluição.

2 - A aposta na cosmética
Parques eólicos off-shore, exploração da biodiversidade aquática (que podia ser usada na indústria cosmética), investigação científica da produção de microalgas ou aproveitamento das energias renováveis (como as ondas do mar), são algumas das possibilidades que este ‘cluster’, como a SAER o identifica, oferece. E cuja tendência é para crescer com o aumento da plataforma continental. “Teremos acesso a zonas hidrotermais e de biodiversidade ainda com mais potencial. Pela primeira vez, a ONU atribuiu a um país, a Portugal, a jurisdição de uma área ao largo da nossa costa, a ‘Rainbow’. Uma área muito rica”, explica o secretário de Estado da Defesa e dos Assuntos do Mar, João Mira Gomes. De toda a zona económica exclusiva portuguesa, apenas 0,6% corresponde a áreas ambientalmente protegidas.

3 - Mais barcos e mais marinas
O turismo náutico é uma área cada vez mais atractiva principalmente para os turistas estrangeiros. As condições naturais, que permitem todo o tipo de actividades recreativas no mar não têm, porém, uma equivalência quanto às infraestruturas. Portugal precisa, segundo o estudo da SAER, de mais empresas ligadas à construção e reparação naval, de locais preparados para receber barcos durante a noite, mais marinas com capacidade para grandes embarcações, uma melhoria substancial da qualidade e dos portos e até de novas indústrias de ‘catering’ especializadas em actividades ligadas ao mar. Paralelamente, as universidades devem criar mais cursos navais capazes de formar técnicos que cumpram todos estes objectivos nas várias áreas profissionais.

A Sociedade Civil está a mexer-se. A opinião pública, de tanto descrédito nos políticos, já percebeu que é consigo mesma que pode contar. Depois do estudo da CIP sobre o novo Aeroporto de Lisboa, a moda das empresas e associações sectoriais passarem a agir como forças vivas na Nação - sim, leram bem: Nação - chegou, e ainda bem. Trocam-se ideias, debatem-se projectos, fazem-se estudos estratégicos (que custam muito dinheiro mas apenas uma fracção de, por exemplo, o que um filme do Manoel de Oliveira custa ao Estado), dizem-se verdades, lembram-se oportunidades de aproveitar recursos e de fazer as coisas bem.

Ainda há esperança para este país.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

O luxo e a magia do mar

Copyright João Quaresma

Dedicado a Sailor Girl e Luis Miguel Correia

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

A redescoberta do mar, a redescoberta da pólvora.

Editorial de André Macedo no Diário Económico de ontem:

O burro e o mar

O Ministério da Economia pediu um estudo a uma agência de publicidade para entender melhor como os outros mercados olham para Portugal.

André Macedo

Não seria preciso grande esforço intelectual para chegar às conclusões apresentadas, mas as que chegaram às mãos do Governo revelam alguma graça e desgraça – desde que se tenha alguma capacidade de humor. À pergunta: a que animal associa Portugal, a maioria respondeu: o burro. Poderia ter sido a águia – que nos faria voar de contentamento. Ou o touro – que nos faria inchar de orgulho. Infelizmente, calhou-nos o burro. Ninguém gosta de ser o burro, mas é esse o fardo que carregamos sem grande esperança e sem nenhuma espécie de inquietação.

Mas porquê o burro?

É evidente: somos um país velho, lento e desgastado. Um país que as empresas estrangeiras e os turistas não visitam para comprar novas tecnologias, ‘design’ ou procurar conhecimento. Somos, regra geral, simpáticos e disponíveis. Estamos habituados a sacrificar-nos e a ver os outros andar mais depressa sem grande perturbação – excepto nas estradas. Não somos competitivos, apesar de acharmos que sim, e passamos a vida a remoer a mesma palha seca, sem rumo definido e sem estratégia, embora às vezes acreditemos que, afinal, vivemos, num oásis rico e confortável. Más notícias: não vivemos.

É por isso que a campanha para promover o país, que o Governo apresentará hoje, em Lisboa e no Porto, deve ser olhada com curiosidade e desconfiança. Curiosidade porque é interessante observar como nos vemos ao espelho e nos queremos projectar para fora. Desconfiança porque a campanha será puro desperdício se não for o reflexo daquilo que realmente somos e do que queremos ser amanhã.

Já sabemos que temos futebolistas e fadistas, como antes tínhamos fundistas (Carlos Lopes e Rosa Mota). Que produzimos boa cortiça, vinho e azeite, embora só a primeira tenha peso internacional. Que temos boas praias e golfe, apesar da destruição e da falta de planeamento. Mas, num país de palmo e meio, falta um eixo que agarre tudo, lhe dê coerência e nos torne competitivos. O turismo e os serviços não chegam. A maquinaria de média tecnologia – que cada vez vendemos mais –, não tem grande futuro. E então? Cavaco Silva apontou recentemente para o mar. Não é genial, não é, sequer, novo: o presidente da República não descobriu a pólvora, nem o Brasil, mas é evidente que a aposta faz sentido.

Já temos, em Lisboa, a Agência Europeia do Mar, o Oceanário e uma enorme costa atlântica com uma zona económica exclusiva sem paralelo na UE: é a quinta maior do mundo e tem 18 vezes a nossa superfície terrestre. Deveríamos ser, por isso, o país dos estaleiros navais, do ‘design’ dos barcos, da investigação e do conhecimento marítimos, da energia das ondas, da indústria dos congelados – além do país das praias, claro. Nada disto empurraria Portugal para o fundo; pelo contrário, puxaria para cima, com inteligência e qualidade. Hoje burros, amanhã sardinhas, golfinhos…. Dava uma boa campanha e, melhor ainda, garantia algum futuro.

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Mar Vermelho



O vulcão da ilha Jazirat At Tair, território do Iémen no Mar Vermelho, entrou subitamente em erupção na madrugada passada. Respondendo ao pedido de auxílio, um esquadrão de navios da NATO (Standing Nato Maritime Group One - SNMG1), entre os quais a fragata portuguesa Álvares Cabral, participou no salvamento tendo colocado seis navios em torno da ilha, com as suas embarcações em busca dos habitantes desaparecidos. A participação da fragata portuguesa tem sido preciosa, já que é actualmente o único navio da força com um helicóptero embarcado.

A fotografia foi tirada desde a fragata holandesa Evertsen.