PORTUGUÊS FELIZ COM A TRAVESSIA DO CANAL DA MANCHA
O nadador português Miguel Arrobas manifestou-se bastante satisfeito por ter terminado em 09:30 horas a travessia do Canal da Mancha, garantindo que apesar do cansaço, do frio e dos enjoos os "braços estavam prontos para nadar mais". "Foi óptimo, esta aventura está concluída e abaixo da minha expectativa das 10 horas", disse hoje à Agência Lusa Miguel Arrobas, após concluir a travessia a nado entre Shakespeare's Cliff, em Dover (Inglaterra), e o Cabo Gris Nez, entre Boulogne e Calais (França). Miguel Arrobas, antigo nadador olímpico, entrou para a água às 03:58 horas terminando a aventura às 13:28 e foi acompanhado apenas por um barco de apoio, com um árbitro, que valida o tempo da travessia, e o piloto britânico Fred Mardle. "Enjoei imenso, estive quase todo o tempo enjoado, nem consegui comer nada, fiquei-me só pelo gel. Mas, a nível físico, o corpo deu sinal dos treinos específicos que fiz e acabei por ter apenas uma cãibra mínima num braço", explicou o nadador, que realçou que o "mar esteve óptimo para nadar, com vento fraco, choveu imenso e a água devia estar a 17 graus" Segundo Miguel Arrobas, durante as 9:30 horas da travessia apenas teve de dar passagem a uma embarcação "que transportava carros, tinha uns 10 andares, parecia um prédio" e que, pela dimensão, lhe transmitiu algum "receio". "A primeira hora e meia estava noite escura, que me deu a sensação desagradável de não saber para onde estava a ir. Depois, fui sentindo bastante a ondulação, andei quase sempre aos saltos, mas quando vi terra comecei a acelerar. Parecia perto, mas era mais longe do que parecia e as correntes muito fortes", sublinhou o atleta da Associação de Nadadores dos Estoris. Miguel Arrobas explicou que devido às correntes junto à costa francesa, gastou 27 minutos nos últimos mil metros da travessia, quando demora, em média, 12 minutos para nadar a distância. Aos 33 anos, o nadador e jurista tornou-se no segundo português a concluir aquela que é considerada a prova rainha mundial da natação de águas abertas, por ser um percurso longo, com correntes fortes e temperaturas baixas, depois de Baptista Pereira, em 1954 e 1959 ter conseguido os tempos de 12:25 horas e 13:12, respectivamente. O recorde absoluto da travessia do Canal da Mancha foi obtido pelo búlgaro Petar Stoychev, que em 2006 fez o percurso em 6:57 horas Depois do sucesso de Miguel Arrobas, Nuno Vicente, 29 anos, do Clube de Natação de Torres Novas, tentará a mesma proeza entre os dias 9 e 15 de Agosto, no seu caso com a companhia do piloto Ray Cooper, também britânico. "O Nuno já sabe com o que conta, mas vou dizer-lhe que escusa de olhar para a frente para tentar ver terra. Eu só a vi quase 8:15 horas depois de partir e ainda assim temos sempre a dúvida se estamos longe ou perto", referiu Miguel Arrobas, antecipando a tentativa do companheiro de aventuras e de treino. Os dois nadadores disseram à Lusa, que caso consigam concluir com sucesso a aventura no Canal da Mancha, pretendem tentar nadar os 21 quilómetros da travessia do Estreito de Gibaltar, entre Espanha e Marrocos.
Do Record.
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